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sábado, 17 de abril de 2010

Figuras de Linguagem

Introdução

Praticamente em todas as situações de nossa vida temos à disposição palavras e expressões que traduzem as nossas sensações e emoções. Mas nem sempre utilizamos as mesmas palavras e expressões em todas as situações que vivemos.
Para as situações comuns, corriqueiras, temos um determinado número de palavras e expressões que traduzem muito bem aquilo que queremos comunicar. Elas vêm automaticamente à nossa cabeça e são facilmente entendidas por todos.
Mas existem situações em que essas palavras e frases corriqueiras não conseguem traduzir com exatidão aquilo que estamos sentindo.
Através desse modo de dizer, diferente do comum, procuramos enfatizar as nossas sensações.
As figuras de linguagem servem exatamente para expressar aquilo que a linguagem comum, falada, escrita e aceita por todos não consegue expressar satisfatoriamente. São uma forma de o homem assimilar e expressar experiências diferentes, desconhecidas e novas. Por isso, elas revelam muito da sensibilidade de quem as produz; forma de como cada indivíduo encara as suas experiências no mundo.


Índice

1. Figuras de Palavras
• Comparação Simples
• Comparação Metafórica
• Metáfora
• Catacrese
• Sinestesia
• Metonímia
• Sinédoque
• Antonomásia
2. Figuras Sintáticas ou de construção
• Silepse
• Elipse
• Zeugma
• Assíndeto
• Polissíndeto
• Anáfora
• Pleonasmo
• Hiperbato
• Anacoluto
3. Figuras de Pensamento
• Antítese
• Paradoxo
• Ironia
• Perífrase
• Eufemismo
• Hipérbole
• Gradação
• Prosopopéia
• Apóstrofe
4. Figuras de som ou de Harmonia
• Aliteração
• Assonância
• Paronomasia
• Onomatopéia
5. Conclusão
6. Bibliografia


Figuras de linguagem
Palavra ou grupo de palavras utilizadas para dar ênfase a uma ideia ou sentimento. As mais difundidas são as seguintes:

Figuras de Palavras
(TROPOS)

As figuras de palavras consistem no emprego de um termo em um sentido diferente daquele em que esse termo é convencionalmente empregado.
Por exemplo, convencionalmente, o termo “porta” designa uma peça de madeira ou que gira sob dobradiças que tem a função ao de fechar móveis, automóveis e construções, etc. Mas quando dizemos: “Fulano não entende nada. “Ele é uma porta”, o termo “porta” não se referindo aquela peça de madeira ou de metal. Nesse caso, a palavra porta está sendo utilizada num sentido diferente do convencional, para definir a dificuldade de compreensão, a burrice do Fulano. Outro exemplo:” a porta dos sentimentos". É claro que a palavra, também. neste caso, não está sendo utilizada no seu sentido convencional. "Errar a porta”, nesta frase, sugere um ganho, uma desilusão. Nesses dois casos temos figuras de palavras.
Há casos também em que um termo, que originalmente designa alguma coisa especifica, tem seu sentido ampliado, passando a designar algo genérico. Temos exemplo do “Danone”. O nome do produto é iogurte; Danone é a marca do iogurte produzido por um determinado fabricante. Mas a marca foi identificada de tal forma com o produto que, em vez de dizermos “Vou comprar um iogurte", freqüentemente dizemos “Vou comprar um Danone”, mesmo quando o iogurte que compramos é de outra marca (Vigor, Pauli, Batavo, etc.). A palavra “Danone", que designava um tipo de iogurte, teve seu significado ampliado e passou a designar o produto de uma forma geral.
As figuras de palavras podem ser utilizadas tanto para tornar mais expressivo aquilo que queremos comunicar quanto para suprir a falta de um termo adequado que designe alguma coisa. Além disso, elas fazem com que a língua se torne mais econômica, uma vez que uma única palavra, dependendo do contexto, pode assumir os mais diferentes significados.
A seguir, veremos cada uma das principais figuras de palavras.


COMPARAÇÃO SIMPLES

Comparação simples e uma comparação entre dois elementos de um mesmo universo. É muito comum compararmos as coisas que nos rodeiam. Frequentemente dizemos que tal coisa é melhor que outra, que fulano é mais simpático do que beltrano, assim por diante. Comparar é uma forma de organizar nossas experiências no mundo. Sempre que temos que escolher alguma coisa, fazemos uma comparação antes de tomar a decisão. E essa comparação é feita muitas vezes sem que percebamos. Por exemplo, quando vamos a um restaurante. No cardápio, temos agrupados as bebidas, os pratos e as sobremesas. Olhamos o grupo das bebidas, comparamos e escolhemos a que mais nos agrada; o mesmo acontece em relação aos pratos e às sobremesas. E para escolher, utilizamos os nossos critérios. Se temos pouco dinheiro, o critério será o preço. Se estivermos com muita fome, provavelmente escolheremos o prato pelo seu tamanho.
Pensamos deste modo:

Macarrão é mais barato do que carne. Então, eu vou pedir macarrão.
Nesse caso comparamos o macarrão à carne, utilizando o critério preço.

Um prato de macarrão vai matar mais a minha fome do que um prato de carne.
Comparamos o macarrão à carne, utilizando o critério que mata mais a fome. Em ambos os casos, estamos comparando elementos de um mesmo universo: tanto o macarrão quanto a carne são comidas.
Observe outras comparações entre elementos de mesmo universo:

Este time joga melhor do que aquele.
Um fusca é menos espaçoso do que um Opala.
Cristina é tão estudiosa quanto Paula.
O meu caderno tem mais páginas do que o seu.

COMPARAÇÁO METAFÓRICA
(OU SÌMILE)

Comparação metafórica ou símile é uma comparação entre dois elementos de universos diferentes.
Observe:
Esta criança é forte como um touro.
Nesse caso, estamos comparando a criança a um touro, dois elementos de universos bastante diferentes. Aproximamos esses elementos porque “enxergamos” uma característica comum a ambos, ou seja, a força.
Veja mais exemplos:

A casa dela é escura como a noite.
Associamos a casa à noite porque ambas são escuras. O remédio que eu tomo é ruim feito o diabo.

O remédio que eu tomo é ruim feito diabo.
Associamos o remédio ao diabo porque atribuímos uma caraterística comum a eles: a ruindade.

Ele chorou que nem um condenado.
Associamos o modo como ele chorou com o modo como imaginamos que choraria um condenado.
Observe que em todas essas comparações há sempre palavras ou expressões que estabelecem a relação entre termos comparados. São os conectivos comparativos:

Como, feito, que nem, assim como, tal, tal qual, qual, etc.

As comparações apresentadas anteriormente são chamadas comparações metafóricas, pois elas dependem mui to do sujeito que as enuncia - da sua sensibilidade, do s estado de espírito, da sua experiência, etc.


METÁFORA

Metáfora é a figura de palavra em que um termo substitui outro em vista de uma relação de semelhança entre os elementos que esses termos designam. Essa semelhança é resultado da imaginação, da subjetividade de quem cria a metáfora. A metáfora também pode ser entendida como uma comparação abreviada, em que o conectivo comparativo não está expresso, mas subentendido.
Na comparação metafórica (ou símile), um elemento A é comparado a um elemento B através de um conectivo comparativo (como, assim como, que nem, qual, feito etc.). Muitas vezes a comparação metafórica traz expressa no próprio enunciado a qualidade comum aos dois elementos:

Esta criança é forte como um touro.
Elemento A - qualidade comum; conectivo - elemento B

Já na metáfora, a qualidade comum e o conectivo comparativo não são expressos e a semelhança entre os elementos A e B passa a ser puramente mental:
Do ponto de vista lógico, a criança é uma criança, e um touro é um touro. Uma criança jamais será um touro. Mas a criança é teria a sua força comparada á de um touro.
Veja o exemplo:

“O tempo é uma cadeira ao sol, e nada mais” (Carlos Drummond de Andrade)

A associação do tempo a uma cadeira ao sol é puramente subjetiva. Cabe ao leitor completar o sentido de tal associação, a partir da sua sensibilidade, da sua experiência. Essa metáfora, portanto, pode ser compreendida das mais diferentes formas. Isso não quer dizer que ela possa ser interpretada de qualquer jeito, mas que a compreensão dela é flexível, ampla.
Observe a transformação de comparações metafóricas (ou símiles) em metáforas:

O Sr. Vivaldo é esperto como uma raposa.
(comparação metafórica)
O Sr. Vivaldo é uma raposa.
(metáfora)
A vida é fugaz como chuva de verão.
(comparação metafórica)
A vida é chuva de verão.
(metáfora)


Nesse último exemplo, o elemento A (as mangueiras está sendo comparado ao elemento B (intermináveis serpentes), pois há uma semelhança no modo como ambos se põem em relação ao chão. Os galhos da mangueira, por serem baixos e tortuosos, lembram intermináveis serpentes
Na linguagem cotidiana, deparamo-nos com inúmeras expressões como:
Cheque-borracha;
Cheque-caubói;
Voto-camarão;
Manga-espada;
Manga coração-de-boi.

Nos exemplos já vistos, fica bastante claro o porquê existência de metáforas. Diante de fatos e coisas novas, que não fazem parte da sua experiência, o homem tem a tendência de associar esses fatos e essas coisas a outros fatos e coisas que ele já conhece. Em vez de criar um novo nome para o peixe, ele o associa um objeto da sua experiência (espada) e passa a denominá-lo peixe-espada. O mesmo acontece com peixe-boi, peixe-zebra, peixe-pedra, etc. (Se quiser fazer uma experiência, abra o dicionário na palavra "peixe" e verá quantas expressões são formadas a parti desse processo.)
Muitos verbos também são utilizados no sentido metafórico. Quando dizemos que determinada pessoa "é difícil de engolir", não estamos cogitando a possibilidade de colocar essa pessoa estômago adentro. Associamos o ato de engolir (ingerir algo, colocar algo para dentro) ao ato de aceitar, suportar, agüentar, em suma, conviver. Alguns outros exemplos:

A vergonha queimava-lhe o rosto.
As suas palavras cortaram o silêncio.
O relógio pingava as horas, uma a uma, vagarosa mente.
Ela se levantou e fuzilou-me com o olhar.
Meu coração ruminava o ódio.

Até agora, vimos apenas casos de palavras que assumiam um sentido metafórico. No entanto, existem expressões inteiras (e até textos inteiros) que têm sentido metafórico, como:

Ter o rei na barriga: ser orgulhoso, metido;
Saltar de banda: cair fora, omitir-se;
Pôr minhocas na cabeça: pensar em bobagens, pensar em tolices;
Dar um sorriso amarelo: sorrir sem graça tudo azul: tudo bem;
Ir para o olho da rua: ser despedido, ser mandado embora.

Como se pode perceber, a metáfora afasta-se do raciocínio lógico, objetivo. A associação depende da subjetividade de quem cria a metáfora, estabelecendo outra lógica, a lógica da sensibilidade.


CATACRESE

Catacrese é um tipo especial de metáfora. A catacrese não é mais a expressão subjetiva de um indivíduo, mas já foi incorporada por todos os falantes da língua, passando a ser uma metáfora corriqueira e, portanto, pouco original.
Observe:

“Um beijo seria uma borboleta afogada em mármore." (Cecília Meireles)

A primeira frase causa-nos estranheza, espanto. A associação que se faz entre um beijo e uma borboleta afogada em mármore é original e está diretamente relacionada sensibilidade do sujeito que criou tal frase. Todo deve concordar que poucas pessoas fariam tal associação. Trata se de uma metáfora original.
Já na segunda frase, relacionamos diretamente a e pressão "pé a página" à parte inferior da página. Mas, pensarmos bem, uma página não tem pé. Houve uma associação entre o pé (parte inferior do corpo humano) e parte inferior da página, daí a expressão “pé da página”. Esta metáfora já foi incorporada pela língua, perdeu s caráter inovador, original e transformou-se numa metáfora comum, morta, que não mais causa estranheza. Em outras palavras, transformou-se numa catacrese. O mesmo processo ocorreu nas seguintes expressões:

Pé de mesa, cabeça de alfinete, tronco telefônico;
Pé de cadeira, braço de cadeira, árvore genealógica;
Pé de cama, braço de mar, maçã do rosto;
Pé de montanha, cabelo de milho, folha de papel;
Pé de laranja, barriga da perna, dente de alho.

Uma curiosidade:
A palavra "azulejo" originalmente servia para designar ladrilhos de cor azul. Hoje, essa palavra perdeu a sua idéia de azul e passou a designar ladrilhos de qualquer cor. Tanto que dizemos azulejos brancos, amarelos, azuis, verdes, etc.
Essa é outra característica da catacrese: as palavras perdem o seu sentido original e procure prestar atenção ao grande número de catacreses que utilizamos no dia-a-dia.


SINESTESIA

Sinestesia é outro tipo de metáfora. Consiste em aproximar, na mesma expressão, sensações percebidas por diferentes órgãos dos sentidos. Como na metáfora, trata-se de relacionar elementos de universos diferentes.
Observe:

Uma melodia azul tomou conta da sala.
Sensação auditiva e visual

A sua voz áspera intimidava a platéia.
Sensação auditiva tátil

Senti saudades amargas.
Sentimento sensação gustativa

Esse perfume tem um cheiro doce.
Sensação olfativa e gustativa

METONÍMIA

Metonímia é a figura de palavra que consiste na substituição de um termo por outro, em que a relação entre os elementos que esses termos designam não depende exclusivamente do indivíduo, mas da ligação objetiva que esses elementos mantêm na realidade.
Na metonímia, um termo substitui outro não porque a nossa sensibilidade estabeleça uma relação de semelhança entre os elementos que esses termos designam (caso da metáfora), mas porque esses elementos têm, de fato, uma relação de dependência. Dizemos que, na metonímia, há uma relação de contiguidade entre sentido de um termo e o sentido do termo que o substitui. Contigüidade significa “proximidade”, “vizinhança”.
Se à idéia de morte associamos a idéia de palidez, é porque há urna relação de proximidade entre elas. O rosto do morto é pálido; portanto a morte causa palidez. A palidez é um efeito da morte. Não se trata de uma aproximação de termos de universos distantes, mas de termos vizinhos, contíguos. Lembre-se de que na metáfora a substituição de um termo por outro se dá por um processo interno, intuitivo, estritamente dependente do sujeito que realiza a substituição. Na metonímia, o processo é externo, pois a relação entre aquilo que os termos significam é verificável na realidade externa ao sujeito que estabelece tal relação.
Exemplos de metonímia

Sou alérgico a cigarro.
O cigarro é a causa, a fumaça é o efeito. Pode-se ser alérgico z fumaça, mas não ao cigarro.
Muitos pintores, embora famosos, não conseguem viver da pintura.
"Pintura", aqui, está sendo utilizada no lugar de "quadros", o produto da pintura; há uma relação de causa e efeito, portanto.

Ele ganha a vida com o suor.
O suor é o efeito; o trabalho, a causa.

Os cabelos brancos chegaram antes do esperado.
Os cabelos brancos são o efeito, a velhice é a causa.

Conhecemos muitos símbolos que não deixam de ser modalidades da metonímia, como:

A cruz: o cristianismo
A espada: o poder militar
O cetro: o poder monárquico, a autoridade
A coroa: o poder monárquico, a realeza
Os chinelos: o ócio, o conforto
A máscara: a falsidade, a dissimulação


SINÉDOQUE

Sinédoque é a substituição de um termo por outro, em que os sentidos desses termos têm uma relação de extensão desigual. Na sinédoque há uma ampliação ou uma redução do sentido usual de uma palavra.
Compare os dois enunciados:

Comer o pão com o suor do rosto.
Comer o alimento com o trabalho do corpo.

Observe que “pão” substitui “alimento” ”suor” substitui “trabalho” e “rosto” substitui corpo. Observe outros exemplos:

Não dá para viver sem um teto.
Não dá para viver sem uma casa.

Esse animal não pode ficar solto no pasto.
Esse cavalo não pode ficar solto no pasto.
(referindo-se a um cavalo)
"Animal" é uma totalidade, incluindo vaca, jacaré, cobra. Etc... Neste caso, "animal" (geral) está substituindo "cavalo" (particular); o todo substitui a parte.
Fulano de tal mandou prender todo mundo.
“Homem" substitui uma pessoa determinada; "homem" ë uma categoria geral que substitui um indivíduo especifico.

FIGURAS SINTÁTICAS OU DE CONSTRUÇÃO

As figuras sintáticas ou de construção dizem respeito a desvios em relação à concordância entre os termos da oração e ã ordem em que estes termos aparecem, ou ainda a possíveis repetições ou omissões e termos.
Você deve lembrar que o estudo dos termos da oração, das relações existentes entre as diversas palavras que formam uma oração e / ou um período é chamado análise sintática.
É construída segundo a estrutura básica do português: sujeito + predicado. Todos os termos essenciais - sujeito, verbo, complementos - aparecem na oração e estão na ordem direta (primeiro vem o sujeito "ela" , seguido do verbo “deu” e de seus complementos : “dinheiro” , objeto direto, e “aos rapazes”, objeto indireto).
A mesma idéia pode, no entanto, ser comunicada d outras formas: basta que se altere a ordem dos termos oração, ou se repita ou se elimine alguns termos.
As alterações em relação à oração completa e na ordem direta destacam e enfatizam alguns aspectos da informação que se quer passar. Essas alterações são, portanto, expressivas. Elas demonstram possibilidade de cada indivíduo transmitir uma mesma idéia de formas diferentes.
Em relação à concordância nominal e verbal, realizada segundo as normas gramaticais, ocorre o mesmo: os desvios podem ser expressivamente considerados.

SILEPSE
Silepse é a figura de construção em que a concordância não é feita de acordo com as palavras que efetivamente aparecem na oração, mas segundo a idéia a elas associam ou segundo um termo subentendido. A silepse pode ser de gênero, número ou pessoa.

a) Silepse de gênero:

Ocorre quando há discordância entre os gêneros gramaticais (feminino ou masculino) de artigos e dos substantivos, substantivos e adjetivos, etc.:

São Paulo é movimentada.

São Paulo é um nome próprio do gênero masculino; adjetivo "movimentada" concorda, no entanto, com idéia subentendida de cidade: "(A cidade de) São Paulo é movimentada" .
A gente é obrigado a varrer até cair morto.
A rigor, ”gente” é uma palavra do gênero feminino, no entanto, “obrigado” e “morto” são dois adjetivos utilizados no gênero masculino.

A Bandeirante está cada dia mais congestionada.
"Bandeirantes" é um substantivo do gênero masc. e plural; está subentendido, no entanto, que se trata “Avenida dos Bandeirantes”, o que leva toda a concordância para o feminino.

b) Silepse de número

É o tipo de silepse em que ocorre discordância envolvendo o número gramatical (singular ou plural). O caso mais comum de silepse de número ê o do substantivo singular que, por se referir a uma idéia plural, leva os verbos e / ou adjetivos para o plural.

“Esta gente está furiosa e com medo; por conseqüência, capazes de tudo.” (Garrett)
A palavra “gente" pertence ao gênero feminino e, gramaticalmente, é singular; mas como contém uma idéia plural (= aquelas pessoas) o adjetivo "capazes" passa a concordar com essa idéia plural, e não com a palavra singular "gente" .

“Corria gente de todos os lados, e gritavam.” (Mário Barreto)
Aqui também a idéia plural de “gente” prevalece sobre o ato de a palavra ser singular. O verbo, concordando no plural, expressa isso.

"Os Lusíadas" glorificou nossa literatura.
A concordância é feita segundo a idéia subentendida a "obra" Os Lusíadas.

c) Silepse de pessoa:

Ocorre quando há discordância entre o sujeito expresso e a pessoa verbal:

Os brasileiros choramos a derrota da seleção.
O verbo na 1ª pessoa do plural, "choramos" , indica que aquele que ala se inclui entre "os brasileiros" , sujeito expresso na frase. A silepse dá conta de “traduzir”: “Nós, os brasileiros, choramos a derrota da seleção”.



ELIPSE

Elipse é a omissão de um termo ou de uma oração inteira, sendo que essa omissão geralmente fica subentendida pelo contexto.
Observe: Como estávamos com pressa, preferi não entrar. Nessa frase, houve a omissão dos pronomes nós e eu, sujeitos, respectivamente, de “estávamos” e “preferi”. Essa omissão não dificulta a compreensão da frase, já que os verbos flexionados indicam as pessoas a que se referem
Veja outros exemplos:

Sobre a mesa, apenas um copo d' água e uma maçã.
Neste exemplo, há a omissão do verbo haver. Completa, a oração ficaria: "Sobre a mesa, havia apenas um copo d' água e uma maçã”. A elipse do verbo em nada altera o conteúdo da oração, que se torna por sua vez mais sintética e econômica.
"Veio sem pinturas, um vestido leve, sandália coloridas." (Rubem Braga)

Tão bom se ela estivesse viva me ver assim. ”(Antônio Olavo Pereira)
(Tão bom seria se ela estivesse viva para me ver assim.)



ZEUGMA

Trata-se de um caso especial de elipse, quando o termo omitido já tiver sido expresso anteriormente.
Observe:

Os rapazes entraram com tamanha algazarra que quebraram o vidro da porta.

Vamos jogar, só nós dois? Você chuta para mim e eu para você.
(==... e eu chuto para você.)

No segundo exemplo, o verbo omitido deve, se expresso, concordar com o sujeito eu. Era "chuta", na 3º pessoa do singular; passa a ser “chuto”, na ª pessoa do singular. Em geral, os zeugmas são uma elipse e um termo que é uma forma flexionada de um termo que já apareceu.

“Foi saqueada a vila, e assassinados os partidários dos Filipes.” (Camilo Castelo Branco)
Se formos expressar o que foi omitido, teremos que utilizar a forma verbal “foram” – “e foram assassinados os partidários do rei" .
Precisarei de vários ajudantes, de um que seja capaz de fazer a instalação elétrica e de outro para parte hidráulica pelo menos.
Houve a omissão do termo "ajudante" - "De u (ajudante) que seja capaz ... e de outro (ajudante) para a parte hidráulica . Observe que anteriormente havia a ar sido a forma plural ajudantes".

ASSÍNDETO

Quando o termo omitido é um conectivo, a elipse também ganha um nome especial - assíndeto.
Observe:

Espero sejas feliz.
(= Espero que sejas feliz.)

Veio à cidade, falou com o gerente, partiu.
(= Veio à cidade, falou com o gerente e partiu.)

A inexistência de qualquer conectivo em todo o ma cria um efeito de nivelamento e simultaneidade entre os detalhes apreendidos.

POLISSÍNDETO

Polissíndeto é a repetição expressiva da conjunção coordenativa.
Observe:

“Vão chegando as burguesinhas pobres
E as crianças das burguesinhas ricas
E as mulheres do povo, e as lavadeiras da redondeza”

E eu, e você, e todos aqueles que acreditavam na nossa luta assumimos publicamente o compromisso.


ANÁFORA

Anáfora é a figura sintática que consiste na repetição da mesma palavra ou construção no início de várias orações, períodos ou versos.
Observe:

“Grande no pensamento, grande na ação, grande na glória, grande no infortúnio, ele morreu desconhecido e só." (Rocha Lima)

"Amor é um fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente E dor que desatina sem doer."(Camões)

“Tudo cura o tempo, tudo gasta, tudo digere.” (Vieira)

PLEONASMO

Pleonasmo é também um caso de repetição, mas que envolve uma redundância. Quer dizer, no pleonasmo há uma repetição desnecessária, tanto do ponto de vista sintático quanto do ponto de vista semântico.
A oração já analisada anteriormente:

Aos rapazes, deu-lhes dinheiro.

Apresenta um pleonasmo: "aos rapazes" e o pronome "lhes" exercem exatamente a mesma função sintática dentro desta oração - de objeto indireto. Dizemos, então, que há um pleonasmo do objeto indireto.
Veja outros exemplos:

As minhas roupas, quero até arrancá-las!
Os termos "minhas roupas" e "las" exercem a mesma função sintática - de objeto direto. Neste caso, há um pleonasmo do objeto direto.

Realmente, as catástrofe sociais só podem provocá-las as próprias classes dominantes.

Os termos "catástrofes" e "las" exercem a mesma função sintática - de objeto direto.



HIPÉRBATO OU INVERSÃO

Hipérbato ou inversão é a figura sintática que consiste na inversão da ordem natural e direta dos termos da oração.
Observe:

"Passeiam, à tarde, as belas na Avenida."

(Carlos Drummond de Andrade) (= As belas passeiam na Avenida à tarde.)

"Passarinho, desisti de ter." (Rubem Braga)
(= Desisti de ter passarinho.)

"Nada pode a máquina inventar das coisas."
(Carlos Drummond de Andrade) (= A máquina nada pode inventar das coisas.)

"Enquanto manda as ninfas amorosas grinal nas cabeças pôr de rosas. "(Camões)
(= Enquanto manda as ninfas amorosas pôr grinaldas de nas cabeças.)

ANACOLUTO

Anacoluto é a figura sintática que ocorre quando um termo antecipa o fica desligado sintaticamente da oração, dado a um desvio que a construção da oração sofreu.
Na oração:

Nessas empregadas de hoje não se pode confiar.

Há uma inversão. Na ordem direta diríamos: "Não se pode confiar nessas empregadas de hoje”. Se alterássemos a oração ainda um pouco mais:

Nessas empregadas de hoje, não se pode confiar nelas.

Estaríamos diante de um caso de pleonasmo. Os termos "nessas empregadas" e "nelas" exercem a mesma função sintática - objeto indireto do verbo “confiar”. Se a oração, no entanto, fosse:

“Essas empregadas de hoje, não se pode confiar nelas.” (Alcântara Machado)

Estaríamos diante de um caso de anacoluto. “Essas em regadas de hoje” não pode exercer a função de objeto indireto, pois a, expressão não aparece introduzida pela preposição, que o verbo confiar exige. Temos, dessa forma um termo que não se liga sintaticamente à oração, já que não cumpre nenhuma função sintática, embora esclareça quem são “elas” , em quem não se pode confiar.



FIGURAS DE PENSAMENTO

As figuras de pensamento consistem numa alteração, num desvio, ao nível da intenção do falante. Essa alteração não se dá na expressão, mas anteriormente, no próprio processo de e elaboração mental da expressão. Dessa forma, as figuras de pensamento não podem ser detectadas a partir de um termo que substitui outro ou de um desvio em relação às normas gramaticais.

ANTÍTESE

Antitese é a figura de pensamento que consiste em opor a uma idéia outra de sentido contrário.
Veja o exemplo:

“Não existiria som se não Houvesse o silêncio Não haveria luz se não Fosse a escuridão A vida é mesmo assim Dia e noite, não e sim.” (Lulu Santos- Nelson Mota)

Observe que os versos constroem-se a partir de oposições, de antíteses: som-silencio, luz-escuridão, dia-noite não-sim. É interessante notar, nos dois últimos versos, própria justificativa da existência de antíteses. Quando se diz que “vida é assim mesmo/dia e noite, não e sim” está-se apontando a importância da antítese no processo humano de compreensão das coisas. Sabemos que uma coisa não é outra porque criamos uma oposição entre elas. O que seria o branco se não existisse preto? O que seria a felicidade se não houvesse a infelicidade? Utilizamos mui o contraste, a oposição, para organizarmos a nossa compreensão de tudo que nos cerca.

PARADOXO

Há alguns casos em que a antítese está condensada dentro de uma mesma unidade da frase:

E1a é bonita e feia.

Tanto "bonita" quanto "feia" são adjetivos que se referem ao sujeito “ela” . Os dois adjetivos pertencem a uma mesma unidade da frase, ambos qualificam um mesmo ser. Mas estes dois adjetivos têm sentidos opostos.Veja outro exemplo :

“O amor (...)
É um contentamento descontente.” (Camões)

Aí temos um substantivo (contentamento) ao qual liga um adjetivo (descontente). Ambos pertencem a u mesma unidade da frase, mas têm sentidos opostos.

Quando termos de sentido contrário estão ligados nu ma mesma unidade da frase, reunindo idéias contrárias e aparentemente inconciliáveis, a antítese ganha um nome especial: paradoxo.

IRONIA

Ironia é a figura de pensamento que consiste em sugerir, pelo contexto, pela entonação, pela contradição de termos, o contrário do que as palavras ou orações parecem exprimir.
Veja:

Você foi sutil coma um elefante.

Embora esta expressão contenha a idéia de que o sujeita foi sutil, a idéia de sutileza é desmentida pela comparação que se estabelece entre a sutileza do sujeito e a d elefante: a intenção do falante é oposta aquilo que está expresso na frase.
Observe:

Ouça as buzinas, os xingos, os palavrões! Não encantador o trânsito de São Paulo?
Veja, agora, este caso:

Você realmente é muito esperto.

Esta frase, aparentemente, não contém nenhuma ironia. Mas, dependendo da situação em que ela é utilizada, da entonação que se der às palavras, ela pode ser altamente irônica. Este é um aspecto bastante importante da ironia: o fato de ela não estar nas palavras em si, mas “por trás” das palavras.


PERÍFRASE

Perífrase é a figura de pensamento que consiste na criação de um torneio de palavras para expressar alguma idéia.
Em lugar de nos referirmos diretamente a Deus, criamos a perífrase “aquele que tudo pode”. Em vez de aludirmos diretamente à morte, criamos a perífrase “a sombra negra que a todos envolve" . Veja outros exemplos:

As pessoas que tudo querem (= os vorazes, os gananciosos) nada conseguem.

Como você deve ter percebido, a perífrase é muito parecida com a antonomásia, figura de palavra já estudada no começo deste livro. De fato, muitos autores não fazem distinção entre essas duas figuras, ou mesmo confundem uma com a outra. Em linhas gerais, a antonomásia refere-se a nomes próprios, a pessoas; e a perífrase é um torneio verbal que serve para substituir qualquer palavra, seja ela um nome próprio ou não.

EUFEMISMO

Eufemismo é uma palavra ou expressão empregada por outra palavra ou expressão considerada desagradável, grosseira. O eufemismo procura atenuar o sentido de determinados termos que geralmente são considerados demasiado fortes pelos falantes da língua. No eufemismo, existe uma intenção, por parte do falante, de não chocar o seu interlocutor.
Você já deve ter ouvido frases do tipo:

Foi bom, pelo menos ele descansou.

A utilização do verbo “descansar” atenua o impacto da idéia de “morrer”. A morte, na nossa cultura, ê considerada algo desagradável, assustador, daí a grande quantidade de eufemismo criados e utilizados para designar essa idéia: falecer, passar desta para a melhor, ganhar a vida

HIPÉRBOLE

Hipérbole é a figura de pensamento que ocorre quando há á exageração de uma idéia.
Quando dizemos:

Fazia quase um século que a gente não se encontrava.

“um século" não pode ser compreendido como “período de cem anos”. Queremos, de fato, dizer que fazia muito tempo que não nos encontrávamos.


GRADAÇÃO

Gradação é a figura de pensamento que ocorre quando há uma seqüência de palavras - sinônimas ou não que intensificam uma mesma idéia.
Observe :

"Dissecou-a, a tal arte, que ela, rota, baça, nojenta, vil sucumbi... (Raimundo Correia),

A seqüência "rota, baça, nojenta, vil" é que vai expressar o nível de degradação a que "ela" chegou . Não se trata simplesmente e qualificar o processo.

“O trigo... nasceu, cresceu, espinhou, amadureceu, colheu-se, mediu-se.” (Vieira)

A expressão desdobra-se em vários termos, procurando intensificar a idéia de processo e criar uma sensação/ emoção especial no leitor. O discurso dos políticos, tentando atingir (convencer) a totalidade dos ouvintes, freqüentemente lança mão do recurso da gradação:

PROSOPOPEIA OU PERSONIFICAÇÃO

Prosopopeia ou personificação é a figura que consiste em pensar seres inanimados ou irracionais como se eles fossem humanos, atribuindo-lhes linguagem, senti mentos e ações típicos dos seres humanos.
Veja o exemplo:

"O vento beija meus cabelos As ondas lambem minhas pernas O sol abraça o meu corpo." (Lulu Santos- Nelson Mota)

Nesses versos, ações humanas (beijar, lamber, abraçar) são atribuídas a elementos da natureza (vento, ondas sol). '

Observe outros exemplos:

"Olha o Tejo a sorrir-me." (Fernando Pessoa)

“Uma ilusão gemia em cada canto, Chorava em cada canto uma saudade!"

As árvores são tolas: se despem justamente quando começa o inverno.

A prosopopéia ou personificação é uma figura bastante utilizada em fábulas, nas quais os animais ganham características humanas. Nas fábulas, os animais falam, têm sentimentos, brigam, etc.


APÓSTROFE

Apóstrofe ê a figura de pensamento que ocorre quando nos referimos a uma pessoa ou coisa que pode ser real ou imaginária, que pode estar presente ou ausente. A apóstrofe é utilizada para dar ênfase à expressão, uma vez que raramente o interlocutor está presente e muitas vezes ele é um ser abstrato ou um ser que não terá condições de ouvir nossa interpretação.
Observe :

"Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal." (Fernando Pessoa)

Nesse exemplo, o autor, para dar mais emotividade à sua fala, dirige-se ao mar que, obviamente, não vai compreender as palavras que lhe são dirigidas.
Veja outros exemplos:

“Senhor Deus dos desgraçados! Dizei-me vós, Senhor Deus!” (Castro Alves)

“Deus! Deus! onde estás que não respondes?" (Castro Alves)

“Quando eu te encarei frente a frente não vi o meu rosto .

O pronome “te" , nesse verso, refere-se à cidade d São Paulo, a interlocutora do poeta. Ele "fala" com a cidade, embora seja óbvio que esta interlocutora seja uma abstração .



FIGURAS DE SOM OU DE HARMONIA

Chamam-se figuras de som ou de harmonia os efeitos produzidos na linguagem quando há repetição de sons ao longo de uma oração ou texto, ou ainda quando se procura "imitar" os barulhos e sons produzidos pelas coisas ou seres.

ALITERAÇÃO

Aliteração é a figura de som provocada pela incidência reiterada de algumas consoantes ou fonemas consonantes.

“Que um Fraco Rei Faz Fraca a forte gente!”

A letra de Caetano Veloso para a música `Pipoca moderna' é construída toda a partir de aliterações sobre os fonemas / n / e / p / . Leia em voz alta para perceber o efeito sonoro criado por essas aliterações:

E era Nada de Nem Noite de Nego Não
E era Nê de Nunca mais
E era Noite de Nê Nunca de Nada mais
E era Nem de Negro Não
Porém Parece que a golpes de Pê
De Pé de Pão
De Parecer Poder
(e era Não de Nada Nem)

Aqui, as aliterações marcam fortemente o ritmo ocorrerem a intervalos regulares. Esses intervalos não são, cada verso, nunca maiores que duas sílabas. A única exceção ocorre no verso ` `porém parece que a golpes de pê" onde o intervalo maior acentua a mudança do fonema te ma: a partir desse verso e nos dois que se seguem a aliteração recairá sobre o fonema / p / .

ASSONÂNCIA

Assonância é a repetição de vogais e de sílabas semelhantes, mas não idênticas.
Observe :

"Sou Ana, da cama da cana, fulana, bacana Sou Ana de Amsterdaim”.
(Chico Buarque de Holanda)

O segmento -ana aparece repetido cinco vezes ao longo dos três versos: às vezes, “Ana” é um segmento autônomo, uma palavra; outras, -ana aparece repetido no interior de outras palavras (em cana, fulana, bacana) . Se você ler o trecho em voz alta, vai perceber que -ama (de cama) e n primeiro -am de Amsterdam (perceba que o segundo -arri é urna grafia do fonema nasal / ã / , enquanto no primeiro pronunciamos o m) são sons muito próximos ao do segmento -ana.
É justamente a essa repetição de segmentos com sons semelhantes, em várias palavras de um mesmo texto, que chamamos assonância. Mas a assonância pode ainda ser obtida pela repetição de uma vogal:

PARONOMÁSIA

Paronomásia é a figura de som que consiste no emprego de palavras parônimas, ou seja, palavras semelhantes no som, porém com significações diversas.
Observe:
“Houve aquele tempo...
(E agora, que a chuva chora,
ouve aquele tempo! )".
(Ribeiro Couto)

Os termos “houve" (verbo haver) e “ouve" (verbo ouvir) coincidem do ponto de vista sonoro, embora se grafem e formas diferentes e tenham significados diversos. !~ coincidência sonora cria uma tensão semântica na poesia:. ela da novas significações à relação dos tempos presente e passado .


ONOMATOPEIA

Onomatopeia é a palavra ou conjunto de palavras que representa um ruído ou som.
Nas histórias em quadrinhos, podemos encontrar inúmeros exemplos de onomatopéias: ` “click” sobre o desenho de uma máquina fotográfica; "cabranch" representando o barulho e uma explosão e acompanhando o desenho de uma casa em chamas; "bip! bip! bip!" para o barulho do alarme que pega um ladrão desprevenido; etc. onomatopéia nos quadrinhos é, em geral, um recurso para melhor representar as ações e os fatos, expressando o ruído que os acompanha na realidade.
Muitos os ruídos e sons representados por onomatopéias acabam por se incorporar ã língua. Algumas vão até motivar a criação, por derivação, de novas palavras:

o barulho do relógio tic-tac
a “voz” do gato miau!
a “voz” do galo cocoricó
a “voz” dos passarinhos piu-piu
o barulho de um apito trrrrriiiiiii




CONCLUSÃO

A língua portuguesa é extensa, as figuras de linguagem servem somente para deixar a linguagem mais bonita e diversificada.



Bibliografia


1. Pré-vestibular SEMES 1 – Estácio de Sá
2. Enciclopédia Encarta – Sem autores fixos – Microsoft corporation ©
3. Figuras de Linguagem – Helio Seixas Guimarães, Ana Cecília Lessa - Atual Editora

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