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segunda-feira, 9 de abril de 2018


Vós sois deuses

Vós sois deuses, lembrou-nos o Mestre de Nazaré, referindo-se à nossa condição de seres imortais.
Podeis fazer tudo que faço e muito mais, acrescentou ainda.
Recordamos-lhe a vida e O vemos andando pelas estradas, atendendo o povo, sem cansaço.
O povo, a Sua paixão. Onde se manifestasse a dor, ei-lO a espalhar o consolo.
Ele adentra Naim e deparando-se com um cortejo fúnebre que levava ao sepulcro um corpo jovem, compadece-se da mãe em prantos.
Estanca o passo dos homens e ordena ao moço, que estava em sono letárgico, que se erga, devolvendo-o à mãe, agora em júbilo.
Ele convive com a má vontade e a ignorância dos homens. Ouve as perguntas, tolas por vezes, que lhe são dirigidas e as responde, elucidando.
Vai à casa dos apontados como corruptos, serve-se do momento para ensinar o bem, sem macular-se.
Ergue a mulher equivocada de Magdala, convidando-a à reformulação íntima.
Recebe-lhe as demonstrações de carinho e ternura, mas insiste no convite à mudança de atitude.
Imparcial, sempre. Sereno, também.
Devolve a vista ao cego de nascença e lhe recomenda nada dizer a ninguém.
Como se pudesse o beneficiado deter a cascata de alegrias de que se revestiu.
Liberta o homem de Gadara de legião, os Espíritos que o atormentavam.
Aponta diretrizes renovadas à samaritana, no poço de Jacó e lhe possibilita o crescimento espiritual.
Da virtude que emana de Seu Espírito oferta a cura ao problema hemorrágico da mulher das distantes terras de Cesareia de Felipe.
Entra, triunfante, em Jerusalém, sem, no entanto, prender-se às efêmeras manifestações de júbilo com que o recebe o povo.
Podeis fazer muito mais...

*   *   *

Obediente à afirmação do Cristo, Albert Schweitzer embrenhou-se no coração da África equatorial francesa e se dedicou aos seus irmãos negros.
Construiu seu hospital do nada, praticamente com as próprias mãos. Tudo para atender os pacientes africanos atacados de todas as doenças, desde lepra até elefantíase.
Foi-lhes médico, pastor, professor. Suportou-lhes a ignorância que os fazia comer os unguentos receitados para enfermidades da pele.
Ou beber de uma vez o vidro de medicamento destinado a durar semanas. Ou quando tentavam envenenar outros internados.
Quando o silêncio descia sobre o resto do acampamento, ele trabalhava até meia-noite ou mais tarde ainda, escrevendo ou respondendo cartas.
Quando partiu para a África, Schweitzer pensou que estava abandonando para sempre as coisas que lhe eram mais caras: a arte e o ensino.
Mas sempre teve um piano consigo e assim pôde manter em dia sua música. Suas gravações de Bach em órgão obtiveram grande êxito.
Cada vez que voltava à civilização, fazia uma longa série de conferências, tendo sido homenageado por inúmeras universidades.
Além disso, trabalhando à noite, manteve uma produção literária constante.
Os homens lhe reconheceram a grandeza. Ele recebeu o Prêmio Nobel da Paz, em 1952.

Vós sois deuses... Podeis fazer muito mais...

Schweitzer fez. Que podemos nós realizar?

Pensemos nisso.

Redação do Momento Espírita, com transcrição
do Evangelho de João, cap. 10, versículo 34 e
cap. 14, versículo 12.


domingo, 7 de janeiro de 2018

sábado, 6 de janeiro de 2018

Adoro-Te, recôndito Eu do universo, alma do Todo, meu Pai e Pai de todas as coisas, minha respiração e respiração de todas as coisas.

Adoro-te, indestrutível essência, sempre presente no espaço, no tempo e além, no infinito.

Pai, amo-te, mesmo quando Tua respiração é dor, porque Tua dor é amor; mesmo quando Tua Lei é esforço, porque o esforço que Tua Lei impõe é o caminho das ascensões humanas.

Pai, mergulho em Tua potência, nela repouso e me abandono, e peço à fonte o alimento que me sustente.

Procuro-te no âmago onde Tu estás, de onde me atrais. Sinto-Te no infinito que não atinjo e donde me chamas. Não Te vejo e, no entanto, ofuscas-me com Tua luz; não Te ouço, mas sinto o tom de Tua voz; não sei onde estás, mas encontro-Te a cada passo; esqueço-Te e Te ignoro, no entanto ouço-Te em toda a minha palpitação. Não sei individuar-Te, mas gravito em torno de Ti, como gravitam todas as coisas, em busca de Ti, centro do universo.

Potência invisível que diriges os mundos e as vidas; em Tua essência estás acima de toda a minha concepção. Que serás Tu, que não sei descrever nem definir, se apenas o reflexo de Tuas obras me cega? Que serás Tu, se já me assombra a incomensurável complexidade desta Tua emanação, pequena centelha espiritual que me anima integralmente? O homem Te busca na ciência, invoca-Te na dor, Te bendiz na alegria. Mas na grandiosidade de Tua potência, como na bondade de Teu amor, estás sempre além, além de todo o pensamento humano, acima das formas e do "vir-a-ser", um lampejo no infinito.

No ribombar da tempestade está Deus; na carícia do humilde, está Deus; na evolução do turbilhão atômico, na arrancada das formas dinâmicas, na vitória (gênese) da vida e do espírito, está Deus. Na alegria e na dor, na vida e na morte, no bem e no mal, está Deus; um Deus sem limites, que tudo abarca, estreita e domina, até mesmo as aparências dos contrários, que guia para seus fins supremos.

E o ser sobe, de forma em forma, ansioso por conhecer-Te, buscando uma realização cada vez mais completa de Teu pensamento, tradução em ato de Tua essência.

Adoro-Te, supremo princípio do Todo, em Teu revestimento de matéria, em Tua manifestação de energia; no inexaurível renovar-se de formas sempre novas e sempre belas; eu Te adoro, Conceito sempre novo e bom e belo, inesgotável Lei animadora do universo.

Adoro-Te grande Todo, ilimitado além de todos os limites de meu ser. Nesta adoração, aniquilo-me e me alimento, humilho-me e me incendeio; fundo-me na grande Unidade, e coordeno-me na grande Lei, a fim de que minha ação seja sempre harmonia, ascensão, oração, amor...

Pietro Ubaldi

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Pedagogia de Eurípedes Barsanulfo

O apóstolo de Sacramento gostava de dar aula manuseando o Livro da Natureza. Os conhecimentos de astronomia, por exemplo, eram assimilados pelos alunos durante a contemplação do céu. Era comum, também, Eurípedes levar seus alunos ao campo e transmitir-lhes conhecimentos de botânica ou zoologia. Pegava, então, uma planta ou um inseto e classificava-os, aproveitando o momento para falar de Deus.
Em 31 de janeiro de 1902 fundava-se o Liceu Sacramentano, sob o calor do entusiasmo e das esperanças do povo. Eurípedes Barsanulfo, após ter abandonado o sonho de fazer Medicina, coloca em prática um outro ideal, que foi fundar com outros professores o Liceu Sacramentano, supõe-se, numa espécie de cooperativa. A iniciativa de abrir o colégio foi de Eurípedes Barsanulfo. Eurípedes fora o abalizado construtor da iniciativa. Teve ele o cuidado de cercar-se de competente equipe de coadjutores, convidando o que havia de mais capacitado, na época, na cidade, para compor o quadro de sócios da nova entidade educacional. “O Liceu Sacramentano crescia no conceito geral e não tardou para que a fama do trabalho honesto e consciencioso, que ali se desenvolvia, a favor da Educação, transpusesse as fronteiras de inúmeras cidades do Brasil Central, que enviaram seus filhos para estudar em Sacramento.”
“O jovem professor do Liceu Sacramentano, mesmo antes de conhecer as luzes do Espiritismo, já se agasalhava na fonte sublime do sentimento guiando-se por elevada compreensão inata dos problemas do Espírito, que o haveria de inspirar na jornada norteadora, sempre leal ao ministério de Amor, que Jesus lhe confiou.” Na primeira década do século, já caracterizava seus processos de aprendizagem, estimulando, guiando, dirigindo, orientando o ensino, tal como preceituam os atuais pedagogos. Mestre abnegado era profundamente estimado pelos discípulos e pelos familiares dos mesmos.
Desde o início, Eurípedes compreendia que o problema educacional ia além do mero aprender a ler, contar e escrever. O aluno passou a ser respeitado nos valores naturais de que era portador em potencial, pois o mestre conhecia-lhe as faculdades racionais, as percepções, ideias, hábitos e reações condicionadas. Isto vinha estreitar o relacionamento entre o Professor e seus discípulos, criando entre eles os laços de mútua confiança.
A observação ao vivo das plantas era um dos pontos altos do processo didático de Eurípedes. Os alunos estudavam com entusiasmo os elementos constitutivos do vegetal e do seu respectivo funcionamento orgânico. Relatam discípulos de Eurípedes que recebiam dele, com grande frequência, inesquecíveis lições de moral, na extensão das aulas de Botânica “– Vejam”, assinala Eurípedes, “a rosa é bela e aromática, todavia vive entre espinhos. Do mesmo modo” – conclui o mestre, em tom de advertência – “são algumas rosas humanas, que se cobrem de cetins e rendas e expandem graça e beleza, mas, ai de quem deseja colhê-las... sai sempre ferido.” “Para as crianças tinha sempre um sorriso, um gesto bom de carinho ou uma palavra de alegria contagiante. Para os jovens era o conselheiro comedido de todas as horas – às vezes alegre, outras tantas vezes grave e sério – mas sempre com aquele toque de jovialidade, que marca o fiel da balança do equilíbrio, na orientação da juventude. Ele representa o próprio modelo da elevada Pedagogia, que criou.” “Os alunos compreendiam o valor da Educação Física à força de ouvir, diuturnamente, as excelências dessa prática, quando Eurípedes frisava também pontos de higiene, indispensável à saúde do corpo.” “Eurípedes era sumamente analítico e exigia, nos seus contatos com os alunos, sempre o porquê de tudo. Nunca, porém, deixava uma dúvida no cérebro dos educandos. Toda situação-problema era esmiuçada, examinada nos mínimos detalhes.”
As quartas-feiras eram consagradas inteiramente ao estudo de O Evangelho Segundo o Espiritismo e O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec. Assistiam às aulas os alunos do Colégio e numerosos visitantes. No final da aula, era o instante da prece de encerramento, quando, às vezes, a voz de Eurípedes mudava de timbre. Celina vem trazer palavras de estímulo da própria Mãe de Jesus. De outras vezes comparecem Jeanne d’Arc, Paulo de Tarso, Pedro, Felipe e outros discípulos do Cristo. A Pedagogia de Eurípedes Barsanulfo também no currículo o estudo da Astronomia, conforme o pedido de Maria, baseando-se no livro Astronomia Popular, de Camille Flammarion. Eurípedes adotava outros procedimentos, distanciava-se das ideias coercitivas que vigoravam na educação e procurou substituir práticas pedagógicas tradicionais por um ensino cooperativo, adotando métodos que incentivavam a ação, a liberdade, a investigação; a ordem e a disciplina não eram condições essenciais no cotidiano do colégio. As relações entre Eurípedes, os professores e os alunos não eram tão rígidas e hierarquizadas. Eurípedes queria construir uma escola com mais liberdade, autonomia, diálogo e afeto. A experiência do Colégio Allan Kardec tinha a intenção de negar a escola livresca, autoritária e distante da realidade. Ao contrário, pretendia criar uma nova forma de lidar com os alunos considerando seus interesses, necessidades, vivências, promovendo a educação intelectual, física e moral. Não havia horários rígidos para as atividades do colégio, o tempo de duração de aula variava de acordo com o conteúdo estudado e as atividades realizadas. Os ex-alunos contam que se sentiam em casa dentro do colégio; ajudavam em diversas tarefas, colaboravam mutuamente, viviam como numa grande família. Uma das principais lembranças dos ex-alunos era que no colégio meninos e meninas conviviam juntos, no recreio, no pátio, na sala de aula. Não havia como em muitos colégios republicanos separação de meninos e meninas no espaço do colégio.
 A ação pedagógica de Eurípedes Barsanulfo trabalha nas pessoas um âmbito de estimulação e elas saem com a decisão de agir. Quem se aproxima dele sai modificado, pois deixa marcas por onde passa. “Tive muitos mestres em minha vida, mas nunca como aquele professor.” (Thomás Novelino) “É procurando a causa primeira dos instintos e dos pendores inatos que se descobrirão os meios mais eficazes de combater os maus e de desenvolver os bons. Quando essa causa for conhecida, a educação possuirá a mais possante alavanca moralizadora que jamais teve.” (Revista Espírita – junho de 1866 – Allan Kardec.) “Eurípedes Barsanulfo entendeu tão profundamente a consequência inevitável do falso conceito de aprendizagem, vigente na época, que criou, junto às atividades intelectuais, o cultivo de outras aprendizagens, sobretudo apreciativa ou emocional, formadora de atitudes afetivas e da motriz ou ativa, referente às atitudes e hábitos de ação.”
A partir do projeto, todas as aulas e conteúdos são construídos pelos professores. A aprendizagem do aluno é toda focada na observação, na percepção, na experimentação junto à natureza. Somente após a utilização do recurso da natureza, os alunos são levados para a sala de aula e dão continuidade ao que puderam perceber relacionando suas observações com o conteúdo a ser estudado.


Leia mais em: http://www.webartigos.com/artigos/escola-euripedes-barsanulfo-onde-o-amor-e-a-natureza-sao-a-aprendizagem/77286/#ixzz3dKmUIlAS

LINHA DO TEMPO DO CHOCOLATE

Entre 1.500 a.C. e 200 d.C. 
Por meio de análises de DNA, cientistas apontam o norte da América do Sul como o berço do cacau. Viajantes das rotas comerciais carregam as sementes para a América Central. O povo Olmeca, que constituiu uma das primeiras civilizações mesoamericanas e que vivia nas regiões tropicais do centro-sul do atual México, foi o responsável pelo início do cultivo da planta que mais tarde deu origem ao chocolate.

250-900 d.C. 
No México, os maias utilizam cacau como oferenda aos deuses. A semente começa a ser processada. Depois de fermentada, secada, tostada e moída, é obtida uma pasta, que é misturada a água, pimenta e farinha de milho. Surge a primeira forma do chocolate.

1400 
Astecas dominam a civilização maia. O cacau serve de alimento para o deus Tenochitlán. A bebida só circula entre nobres. Adoçada com mel e especiarias, ganha o nome de cacauhatl (água de cacau) ou xocoatl (água amarga) 
Bem mais tarde, cerca do século IV, a civilização Olmeca já não existia e na mesma região estava instalada a civilização Maia. O clima húmido servia na perfeição para a plantação e desenvolvimento da planta “cacahuaquchtl” (assim batizada pelos Maias).

1513 
O cacau já funcionava como moeda entre maias e astecas e, com o domínio dos espanhóis, a partir de 1502, o uso continua. O espanhol Fernando de Oviedo y Valdez comprou um escravo por cem sementes de cacau. Dez sementes pagavam uma prostituta e quatro davam direito a um coelho no jantar. 

1521 
O primeiro navio espanhol carregado de sementes de cacau chega à Europa. Os espanhóis adicionam açúcar à bebida dos astecas. 

1600-1799 
O chocolate quente vira sensação na Europa.
A rainha Anna, da Áustria, vira “chocólatra”. À base do trabalho braçal de escravos africanos, a Espanha e Portugal se tornam principais fornecedores.

1828 
O holandês Conrad Van Houten inventa uma máquina que extrai a manteiga do cacau. A parte restante é transformada em pó. A produção da bebida é industrializada. Surge o chocolate sólido, feito de manteiga, pó e massa de cacau. 

1847 
A primeira barra comercializada em escala foi produzida pela companhia inglesa J. S. Fry & Sons, localizada em Bristol. Tinha sabor amargo e bruto. Anos depois, a empresa começa a vender a Fry’s Chocolate Cream Bar. Em 1873, inventa o ovo de Páscoa.


1891 
Surge a primeira fábrica de chocolates do Brasil, a Neugebauer, fundada por imigrantes alemães no Rio Grande do Sul.

1913 
Publicada pela Walter Baker & Company a primeira receita de “tabletes de baunilha”, um doce feito com manteiga de cacau, açúcar, leite e baunilha, depois batizada de “chocolate branco” (que de chocolate só tem o nome: a fórmula não leva cacau, apenas a gordura tirada da semente). 

1938 -
Diamante Negro é uma marca pertencente à Lacta, que foi posteriormente transferida para a Kraft Foods Inc. com a compra da Lacta. Sua origem, em 1939, faz alusão a Leônidas da Silva, apelidado de "Diamante ... Barras de chocolate 
Nasce o Diamante Negro. É batizado em homenagem ao artilheiro da Copa da França, o brasileiro Leônidas da Silva. Lançado o bombom Sonho de Valsa e, quatro anos depois, o Bis. 

1937 
O poder energético e antidepressivo do chocolate é reconhecido pelo exército americano e começa a fazer parte da “ração D”, levada para a guerra pelos soldados. 

1941 
Nos EUA, Forrest Mars lança o M&M’s, pastilhas de chocolate recobertas com uma camada de açúcar colorido. Ele tinha visto soldados espanhóis comerem algo parecido durante a Guerra Civil Espanhola. A Mars é a maior compradora de cacau do mundo. 

1964 
O escritor britânico Roald Dahl cria o menino Charlie e os pequenos Oompa-Loompas com o livro A Fantástica Fábrica de Chocolate. A obra é levada às telas em 1971 por Mel Stuart, estrelada por Gene Wilder. Tim Burton apresentou a sua versão, com Johnny Depp como o doceiro Willie Wonka, em 2005.
 

1970 
Começa a fabricação brasileira de chocolate diet, para pessoas com diabetes. O sabor era muito ruim e só melhora a partir da década seguinte, com a combinação de novas substâncias para adoçar o cacau. 

1985 
Chantal Fravre-Bismuth, toxicóloga do Hospital Fernand Vidal, em Paris, investigou as causas da chamada "chocolatemania". Ela estudou como os compostos químicos do produto que afetam o corpo humano. Segundo ela, a dopamina, a fenietilamina e 17 receptores de anfetaminas são responsáveis pelo desejo de comer chocolate.

1997 
O artista brasileiro Vik Muniz, radicado em Nova York, lança quadros desenhados com chocolate derretido. 

2005 
Pesquisadores da Universidade Di L' Aquila, na Itália, comprovam que o consumo de chocolate meio-amargo, com alto teor de flavonoides, tem o poder de reduzir a pressão sanguínea em pessoas com hipertensão. 

2009 
Surge Le Whif, um tipo de chocolate inalável, que vem em uma embalagem parecida com uma carteira de cigarros. Vem em quatro sabores, livres de calorias
Atualmente, a indústria do chocolate movimenta uma economia global de cerca de 60 bilhões de dólares por ano. Mas os produtores de cacau apenas recebem pouco mais de 3% desse valor.

História do Cacau
O cacau foi citado pela primeira vez em literatura botânica no início do século XVII como Cacao fructus por Charles de Lecluse. Em 1737 foi introduzido o binômio Theobroma cacao L. A palavra Theobroma significa alimento dos deuses e é inspirada na crença mesoamericana da origem divina do cacaueiro. O termo cacau deriva da palavra cacahualt (idioma nahuatl) falada pela civilização maia.
Os povos maia e asteca cozinhavam o cacau e o trituravam com milho e pimenta aromatizando o preparo com baunilha e canela. À bebida davam o nome de xocatl. Além de servir como base para a bebida, que deveria ser ingerida ritualisticamente, as amêndoas de cacau circulavam como moeda.
Evidências apresentadas atualmente demonstram que índios Kuna, da costa do Panamá, eram protegidos contra a elevação da pressão arterial por meio da ingestão de grandes quantidades de cacau, consumidos até com sal. A mortalidade por eventos cardiovasculares comparado com indivíduos pan-americanos é de nove contra 83 para cada 100.000 indivíduos. Os emigrantes para áreas urbanas perderam essa proteção.
No século XVI, com uma centena de amêndoas de cacau era possível comprar um bom escravo (Bondar, 1938). Ainda sobre o uso do cacau como moeda, Peter Martyr da Algeria escrevia em 1530: "Abençoado dinheiro, que fornece uma doce bebida e é benéfico para a humanidade, protegendo os seus possuidores contra a infernal peste da cobiça, pois não pode ser acumulado muito tempo nem escondido nos subterrâneos".
O contato inicial dos europeus com o cacau foi em 1502, quando um dos navios da quarta expedição de Colombo às Américas encontrou na costa norte da atual Honduras uma canoa nativa contendo amêndoas de cacau para comércio. Na América do Sul, a Venezuela foi um dos primeiros países a introduzir o cultivo do cacaueiro.
A referência mais antiga sobre o cultivo de cacau na Bahia data de 1655, quando o vice-rei D. Vasco de Mascarenhas confessou-se, em carta enviada ao capitão-mor do Grão Pará, “afeiçoado ao chocolate” e julgou útil ao Brasil a intensificação do seu plantio, principalmente na Bahia, pelo clima semelhante ao amazônico. Não se sabe, entretanto, se o pedido foi atendido.

Em 1746, Antonio Dias Ribeiro, da Bahia, recebeu algumas sementes do grupo Amelonado
Forastero, de um colonizador francês chamado Luiz Frederico Warneau, do Pará. Assim, introduziu o cultivo na Bahia. O primeiro plantio foi feito na fazenda Cubículo, às margens do rio Pardo, no atual Município de Canavieiras. Em 1752 foram feitos plantios no Município de Ilhéus.
A partir da década de 1770 a coroa portuguesa passou a incentivar o plantio de novas lavouras de exportação para diminuir a dependência do comércio do açúcar. Teve início o plantio de lavouras alternativas como café, cacau e algodão.
O começo do cultivo comercial no município ilheense foi em 1820. Os pioneiros foram principalmente suíços e alemães com capital. A partir de 1835, o cacau tomou parte regular nas exportações anuais da província. Seu valor era pequeno em relação ao total das exportações provinciais, mas o cacau foi um dos raros produtos agrícolas a crescer de importância na receita da Bahia no século XIX.
Em 1860, ocorrem as primeiras exportações do produto para o mercado norte-americano (sessenta e sete toneladas de cacau baiano para o porto de Filadélfia).
Nas primeiras décadas do século XX, o cacau era o mais importante produto de exportação da Bahia e vários fazendeiros de origem humilde, proprietários de vastas plantações de cacau e de importantes casas comerciais, tornaram-se os novos ricos da sociedade baiana.
Nos anos 1930, os fazendeiros de cacau são apresentados como um grupo de homens que haviam trabalhado para a construção da riqueza regional, apesar das enormes dificuldades econômicas e sociais.
Em 1931, o governo federal declarou uma moratória nas execuções das dívidas dos agricultores de cacau e, através de Tosta Filho, criou o Instituto de Cacau da Bahia (I.C.B.).
Jorge Amado chama a atenção para o cenário do cacau com obras como Cacau (1933), seu segundo romance, seguido por Terras do sem fim (1943), narrativa sobre a saga da conquista da terra e a origem social dos coronéis, e São Jorge dos Ilhéus (1944), continuação do enredo anterior e que, como Gabriela Cravo e Canela (1958) aborda as mudanças no contexto social e econômico da região cacaueira.
A modernização da cidade de Ilhéus foi iniciada de fato a partir do século XX.
Em prática, um urbanismo que visava consolidar a ideia de que a “Princesa do Sul” representava o ethos da região cacaueira por excelência.
As técnicas de plantio e beneficiamento em uma área geográfica com características próprias resultaram na produção do cacau classificado tradicionalmente como Superior Bahia ou Tipo I.
De acordo com Seligsohn, no início da segunda metade do século XIX foi introduzido no sul da Bahia as espécies Pará e Maranhão pertencentes ao grupo Forastero. Essa variedade deu grande impulso à cacauicultura por sua menor exigência quanto às condições ecológicas, o que possibilitou o plantio do fruto em áreas consideradas de menor condição para o seu desenvolvimento.
O plantio tradicional do cacau no sul da Bahia seguiu o sistema de “mata cabrucada”. O sistema cabruca é caracterizado pelo plantio do cacau sob a sombra das árvores da Mata Atlântica e é utilizado na região cacaueira do sul da Bahia por mais de duzentos anos. Ele é responsável pela conservação da biodiversidade, dos solos e das águas e da produção florestal e de sementes, óleos, resinas, flores e outros produtos não madeireiros.
Em 1990 a produção sul baiana sofreu com a “vassoura de bruxa” que, aliada aos preços declinantes do produto no mercado internacional, gerou uma forte crise no setor. Após a crise econômica, o cacau tipo 1 Bahia deixou de ser negociado em bolsas de valores.
Atualmente, a criação da Indicação Geográfica do Cacau Sul da Bahia busca proteger e revalorizar o cacau Superior Bahia, conservar a biodiversidade da Mata Atlântica associada ao plantio de cacau e proteger o acervo patrimonial relacionado ao cultivo do cacau somado ao desenvolvimento sustentável da agricultura e do turismo mediante processos de certificação e marketing territorial.


Espécies novas de aves descritas para o Brasil

Espécies novas de aves descritas para o Brasil
(Não constantes em Sick 1997. Ornitologia Brasileira)
Recently described Brazilian species
(Described after the 2nd. edition of 'Ornitologia Brasileira' by H. Sick, 1997, was published)

DATA
ESPÉCIE
NOME EM PORTUGUÊS
AUTOR(ES)
PUBLICAÇÃO
2013 Jul
Cyanocorax hafferi
cancão-da-campina
Cohn-Haft, Santos Junior, Fernandes & Ribas
HBW, Special Vol.:306
2013 Jul
Polioptila attenboroughi
balança-rabo-do-inambari
Whittaker, Aleixo, Whitney, Smith & Klicka
HBW, Special Vol.:301
2013 Jul
Tolmomyias sucunduri
bico-chato-do-sucunduri
Whitney, Schunck, Rego & Silveira
HBW, Special Vol.:297
2013 Jul
Hemitriccus cohnhafti
maria-sebinha-do-acre
Zimmer, Whittaker, Sardelli, Guilherme & Aleixo
HBW, Special Vol.:292
2013 Jul
Zimmerius chicomendesi
poiaeiro-de-chico-mendes
Whitney, Schunck, Rego & Silveira
HBW, Special Vol.:286
2013 Jul
Hypocnemis rondoni
cantador-de-rondon
Whitney, Isler, Bravo, Aristizábal, Schunck, Silveira, Piacentini, Cohn-Haft & Rego
HBW, Special Vol.:282
2013 Jul
Herpsilochmus stotzi
chorozinho-do-aripuanã
Whitney, Cohn-Haft, Bravo, Schunck & Silveira
HBW, Special Vol.:277
2013 Jul
Herpsilochmus praedictus
chorozinho-esperado
Conh-Haft & Bravo
HBW, Special Vol.:272
2013 Jul
Myrmotherula oreni
choquinha-do-bambu
Miranda, Aleixo, Whitney, Silveira, Guilherme, Santos & Schneider
HBW, Special Vol.:268
2013 Jul
Epinecrophylla dentei
choquinha-do-rio-roosevelt
Whitney, Isler, Bravo, Aristizábal, Schunck, Silveira & Piacentini
HBW, Special Vol.:263
2013 Jul
Campylorhamphus cardosoi
arapaçu-do-tapajós
Portes, Aleixo, Zimmer, Whittaker, Weckstein, Gonzaga, Ribas, Bates & Lees
HBW, Special Vol.:258
2013 Jul
Campylorhamphus gyldenstolpei
arapaçu-do-tupana
Aleixo, Portes, Whittaker, Weckstein, Gonzaga, Zimmer, Ribas & Bates
HBW, Special Vol.:253
2013 Jul
Lepidocolaptes fatimalimae
arapaçu-do-inambari
Rodrigues, Aleixo, Whittaker & Naka
HBW, Special Vol.:248
2013 Jul
Dendrocolaptes retentus
arapaçu-barrado-do-xingu
Batista, Aleixo, Vallinoto, Azevedo, Rego, Silveira, Sampaio & Schneider
HBW, Special Vol.:245
2013 Jul
Nystalus obamai
rapazinho-estriado-do-oeste
Whitney, Piacentini, Schunck, Aleixo, Sousa, Silveira & Rego
HBW, Special Vol.:240
2012 Out
Cinclodes espinhacensis
pedreiro-do-espinhaço
Freitas, Chaves, Costa, Santos & Rodrigues
Ibis 154(4):742
2012 Jun
Hylopezus whittakeri
toróm-de-alta-floresta
Carneiro, Gonzaga, Rêgo, Sampaio, Schneider & Aleixo
Auk 129(2):348
2011 Nov
Turdus sanchezorum
sabiá-da-várzea
O’Neill, Lane & Naka
Condor 113(4):870
2010 Jun
Scytalopus petrophilus
tapaculo-serrano
Whitney, Vasconcelos, Silveira & Pacheco
RBO 18(2):73
2008 Mai ["2007"]
Serpophaga griseicapilla
alegrinho-trinador
Straneck
Revista FAVE, Vet. 6(1-2):36
2007 out
Scytalopus diamantinensis
tapaculo-da-chapada-diamantina
Bornschein, Maurício, Belmonte-Lopes, Mata & Bonato
RBO 15(2):153
2007 Set
Cnipodectes superrufus
flautim-rufo
Lane, Servat, Valqui & Lambert
Auk 124(3):763
2007 Mai
Formicivora grantsaui
papa-formigas-do-sincorá
Gonzaga, Carvalhaes & Buzzetti
Zootaxa 1473:28
2006 Jul
*Scytalopus notorius
[tapaculo-preto]
Raposo, Stopiglia, Loskot & Kirwan
Zootaxa 1271:44
2005 Dez
*Glaucidium sicki
[caburé-miudinho]
König & Wick
Stuttgarter Beitr. Naturk. 688:3
2005 Ago
Scytalopus pachecoi
tapaculo-ferreirinho
Maurício
Ararajuba 13(1):9
2005 Jan
*Aratinga pintoi
[cacaué]
Silveira, Lima & Höfling
Auk 122(1):292
2004 Out
Thamnophilus divisorius
choca-do-acre
Whitney, Oren & Brumfield
Auk 121(4):1031
2003 Mai
Glaucidium mooreorum
caburé-de-pernambuco
Silva, Coelho & Gonzaga
Ararajuba 10(2):124
2002 Dez
Micrastur mintoni
falcão-críptico
Whittaker
Wilson Bull. 114(4):422
2002 Nov
Pyrrhura snethlageae
tiriba-do-madeira
Joseph & Bates
Orn. Neotrop. 13(4):354
2002 Set
Xiphocolaptes carajaensis
arapaçu-do-carajás
Silva, Novaes & Oren
Bull. Brit. Orn. Cl. 122(3):188
2002 Jul
Pionopsitta aurantiocephala
papagaio-de-cabeça-laranja
Gaban-Lima, Raposo & Höfling
Auk 119(3):815
2001 Jan
Suiriri islerorum
suiriri-da-chapada
Zimmer, Whittaker & Oren
Auk 118(1):56
2000 Out
Herpsilochmus sellowi
chororozinho-da-caatinga
Whitney & Pacheco
Auk 117(4):870
1998 Dez
Antilophia bokermanni
soldadinho-do-araripe
Coelho & W. Silva
Ararajuba 6(2):81
1998 Jun
Scytalopus iraiensis
macuquinho-da-várzea
Bornschein, Reinert & Pichorim
Ararajuba 6(1):3
1997 Jun
Arremon franciscanus
tico-tico-do-mato-do-são-francisco
Raposo
Ararajuba 5(1):3
Organizado por José Fernando Pacheco & Vitor de Q. Piacentini 
* Espécies não reconhecidas como válidas pelo CBRO, isto é, tratadas como sinônimos.
** Em processo de avaliação pelo Núcleo de Taxonomia do CBRO, não constando ainda na última versão da "Lista das aves do Brasil". 

Fonte: http://www.cbro.org.br/CBRO/ultim.htm