ALVARORK
BLOG QUE ABRANGE LITERATURA, LINGUÍSTICA, FOTOS DE AVES, ESPIRITUALIDADE, ARTE, ARTESANATO, TRABALHO E CONHECIMENTOS GERAIS... "A Ciência é o exercício do livre-arbítrio que Deus concede ao homem, para que este constate que possui livre-arbítrio para constatar"
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sábado, 11 de agosto de 2018
segunda-feira, 9 de abril de 2018
Vós sois deuses
Vós sois deuses, lembrou-nos o Mestre de Nazaré,
referindo-se à nossa condição de seres imortais.
Podeis fazer tudo que faço e muito mais, acrescentou ainda.
Recordamos-lhe a vida e O vemos andando pelas estradas,
atendendo o povo, sem cansaço.
O povo, a Sua paixão. Onde se manifestasse a dor, ei-lO a
espalhar o consolo.
Ele adentra Naim e deparando-se com um cortejo fúnebre que
levava ao sepulcro um corpo jovem, compadece-se da mãe em prantos.
Estanca o passo dos homens e ordena ao moço, que estava em
sono letárgico, que se erga, devolvendo-o à mãe, agora em júbilo.
Ele convive com a má vontade e a ignorância dos homens. Ouve
as perguntas, tolas por vezes, que lhe são dirigidas e as responde, elucidando.
Vai à casa dos apontados como corruptos, serve-se do momento
para ensinar o bem, sem macular-se.
Ergue a mulher equivocada de Magdala, convidando-a à
reformulação íntima.
Recebe-lhe as demonstrações de carinho e ternura, mas
insiste no convite à mudança de atitude.
Imparcial, sempre. Sereno, também.
Devolve a vista ao cego de nascença e lhe recomenda nada
dizer a ninguém.
Como se pudesse o beneficiado deter a cascata de alegrias de
que se revestiu.
Liberta o homem de Gadara de legião, os Espíritos que o
atormentavam.
Aponta diretrizes renovadas à samaritana, no poço de Jacó e
lhe possibilita o crescimento espiritual.
Da virtude que emana de Seu Espírito oferta a cura ao
problema hemorrágico da mulher das distantes terras de Cesareia de Felipe.
Entra, triunfante, em Jerusalém, sem, no entanto, prender-se
às efêmeras manifestações de júbilo com que o recebe o povo.
Podeis fazer muito mais...
* * *
Obediente à afirmação do Cristo, Albert Schweitzer
embrenhou-se no coração da África equatorial francesa e se dedicou aos seus
irmãos negros.
Construiu seu hospital do nada, praticamente com as próprias
mãos. Tudo para atender os pacientes africanos atacados de todas as doenças,
desde lepra até elefantíase.
Foi-lhes médico, pastor, professor. Suportou-lhes a
ignorância que os fazia comer os unguentos receitados para enfermidades da
pele.
Ou beber de uma vez o vidro de medicamento destinado a durar
semanas. Ou quando tentavam envenenar outros internados.
Quando o silêncio descia sobre o resto do acampamento, ele
trabalhava até meia-noite ou mais tarde ainda, escrevendo ou respondendo
cartas.
Quando partiu para a África, Schweitzer pensou que estava
abandonando para sempre as coisas que lhe eram mais caras: a arte e o ensino.
Mas sempre teve um piano consigo e assim pôde manter em dia
sua música. Suas gravações de Bach em órgão obtiveram grande êxito.
Cada vez que voltava à civilização, fazia uma longa série de
conferências, tendo sido homenageado por inúmeras universidades.
Além disso, trabalhando à noite, manteve uma produção
literária constante.
Os homens lhe reconheceram a grandeza. Ele recebeu o Prêmio
Nobel da Paz, em 1952.
Vós sois deuses... Podeis fazer muito mais...
Schweitzer fez. Que podemos nós realizar?
Pensemos nisso.
Redação do Momento Espírita, com transcrição
do Evangelho de João, cap. 10, versículo 34 e
cap. 14, versículo 12.
quinta-feira, 18 de janeiro de 2018
domingo, 7 de janeiro de 2018
sábado, 6 de janeiro de 2018
Adoro-Te,
recôndito Eu do universo, alma do Todo, meu Pai e Pai de todas as coisas, minha
respiração e respiração de todas as coisas.
Adoro-te, indestrutível essência, sempre presente no espaço, no tempo e além, no infinito.
Pai, amo-te, mesmo quando Tua respiração é dor, porque Tua dor é amor; mesmo quando Tua Lei é esforço, porque o esforço que Tua Lei impõe é o caminho das ascensões humanas.
Pai, mergulho em Tua potência, nela repouso e me abandono, e peço à fonte o alimento que me sustente.
Procuro-te no âmago onde Tu estás, de onde me atrais. Sinto-Te no infinito que não atinjo e donde me chamas. Não Te vejo e, no entanto, ofuscas-me com Tua luz; não Te ouço, mas sinto o tom de Tua voz; não sei onde estás, mas encontro-Te a cada passo; esqueço-Te e Te ignoro, no entanto ouço-Te em toda a minha palpitação. Não sei individuar-Te, mas gravito em torno de Ti, como gravitam todas as coisas, em busca de Ti, centro do universo.
Potência invisível que diriges os mundos e as vidas; em Tua essência estás acima de toda a minha concepção. Que serás Tu, que não sei descrever nem definir, se apenas o reflexo de Tuas obras me cega? Que serás Tu, se já me assombra a incomensurável complexidade desta Tua emanação, pequena centelha espiritual que me anima integralmente? O homem Te busca na ciência, invoca-Te na dor, Te bendiz na alegria. Mas na grandiosidade de Tua potência, como na bondade de Teu amor, estás sempre além, além de todo o pensamento humano, acima das formas e do "vir-a-ser", um lampejo no infinito.
No ribombar da tempestade está Deus; na carícia do humilde, está Deus; na evolução do turbilhão atômico, na arrancada das formas dinâmicas, na vitória (gênese) da vida e do espírito, está Deus. Na alegria e na dor, na vida e na morte, no bem e no mal, está Deus; um Deus sem limites, que tudo abarca, estreita e domina, até mesmo as aparências dos contrários, que guia para seus fins supremos.
E o ser sobe, de forma em forma, ansioso por conhecer-Te, buscando uma realização cada vez mais completa de Teu pensamento, tradução em ato de Tua essência.
Adoro-Te, supremo princípio do Todo, em Teu revestimento de matéria, em Tua manifestação de energia; no inexaurível renovar-se de formas sempre novas e sempre belas; eu Te adoro, Conceito sempre novo e bom e belo, inesgotável Lei animadora do universo.
Adoro-Te grande Todo, ilimitado além de todos os limites de meu ser. Nesta adoração, aniquilo-me e me alimento, humilho-me e me incendeio; fundo-me na grande Unidade, e coordeno-me na grande Lei, a fim de que minha ação seja sempre harmonia, ascensão, oração, amor...
Pietro Ubaldi
Adoro-te, indestrutível essência, sempre presente no espaço, no tempo e além, no infinito.
Pai, amo-te, mesmo quando Tua respiração é dor, porque Tua dor é amor; mesmo quando Tua Lei é esforço, porque o esforço que Tua Lei impõe é o caminho das ascensões humanas.
Pai, mergulho em Tua potência, nela repouso e me abandono, e peço à fonte o alimento que me sustente.
Procuro-te no âmago onde Tu estás, de onde me atrais. Sinto-Te no infinito que não atinjo e donde me chamas. Não Te vejo e, no entanto, ofuscas-me com Tua luz; não Te ouço, mas sinto o tom de Tua voz; não sei onde estás, mas encontro-Te a cada passo; esqueço-Te e Te ignoro, no entanto ouço-Te em toda a minha palpitação. Não sei individuar-Te, mas gravito em torno de Ti, como gravitam todas as coisas, em busca de Ti, centro do universo.
Potência invisível que diriges os mundos e as vidas; em Tua essência estás acima de toda a minha concepção. Que serás Tu, que não sei descrever nem definir, se apenas o reflexo de Tuas obras me cega? Que serás Tu, se já me assombra a incomensurável complexidade desta Tua emanação, pequena centelha espiritual que me anima integralmente? O homem Te busca na ciência, invoca-Te na dor, Te bendiz na alegria. Mas na grandiosidade de Tua potência, como na bondade de Teu amor, estás sempre além, além de todo o pensamento humano, acima das formas e do "vir-a-ser", um lampejo no infinito.
No ribombar da tempestade está Deus; na carícia do humilde, está Deus; na evolução do turbilhão atômico, na arrancada das formas dinâmicas, na vitória (gênese) da vida e do espírito, está Deus. Na alegria e na dor, na vida e na morte, no bem e no mal, está Deus; um Deus sem limites, que tudo abarca, estreita e domina, até mesmo as aparências dos contrários, que guia para seus fins supremos.
E o ser sobe, de forma em forma, ansioso por conhecer-Te, buscando uma realização cada vez mais completa de Teu pensamento, tradução em ato de Tua essência.
Adoro-Te, supremo princípio do Todo, em Teu revestimento de matéria, em Tua manifestação de energia; no inexaurível renovar-se de formas sempre novas e sempre belas; eu Te adoro, Conceito sempre novo e bom e belo, inesgotável Lei animadora do universo.
Adoro-Te grande Todo, ilimitado além de todos os limites de meu ser. Nesta adoração, aniquilo-me e me alimento, humilho-me e me incendeio; fundo-me na grande Unidade, e coordeno-me na grande Lei, a fim de que minha ação seja sempre harmonia, ascensão, oração, amor...
Pietro Ubaldi
quarta-feira, 20 de dezembro de 2017
Pedagogia de Eurípedes Barsanulfo
O apóstolo de Sacramento gostava de dar aula manuseando o Livro da Natureza. Os conhecimentos de astronomia, por exemplo, eram assimilados pelos alunos durante a contemplação do céu. Era comum, também, Eurípedes levar seus alunos ao campo e transmitir-lhes conhecimentos de botânica ou zoologia. Pegava, então, uma planta ou um inseto e classificava-os, aproveitando o momento para falar de Deus.
Em 31 de janeiro de 1902 fundava-se o Liceu Sacramentano, sob o calor do entusiasmo e das esperanças do povo. Eurípedes Barsanulfo, após ter abandonado o sonho de fazer Medicina, coloca em prática um outro ideal, que foi fundar com outros professores o Liceu Sacramentano, supõe-se, numa espécie de cooperativa. A iniciativa de abrir o colégio foi de Eurípedes Barsanulfo. Eurípedes fora o abalizado construtor da iniciativa. Teve ele o cuidado de cercar-se de competente equipe de coadjutores, convidando o que havia de mais capacitado, na época, na cidade, para compor o quadro de sócios da nova entidade educacional. “O Liceu Sacramentano crescia no conceito geral e não tardou para que a fama do trabalho honesto e consciencioso, que ali se desenvolvia, a favor da Educação, transpusesse as fronteiras de inúmeras cidades do Brasil Central, que enviaram seus filhos para estudar em Sacramento.”
“O jovem professor do Liceu Sacramentano, mesmo antes de conhecer as luzes do Espiritismo, já se agasalhava na fonte sublime do sentimento guiando-se por elevada compreensão inata dos problemas do Espírito, que o haveria de inspirar na jornada norteadora, sempre leal ao ministério de Amor, que Jesus lhe confiou.” Na primeira década do século, já caracterizava seus processos de aprendizagem, estimulando, guiando, dirigindo, orientando o ensino, tal como preceituam os atuais pedagogos. Mestre abnegado era profundamente estimado pelos discípulos e pelos familiares dos mesmos.
Desde o início, Eurípedes compreendia que o problema educacional ia além do mero aprender a ler, contar e escrever. O aluno passou a ser respeitado nos valores naturais de que era portador em potencial, pois o mestre conhecia-lhe as faculdades racionais, as percepções, ideias, hábitos e reações condicionadas. Isto vinha estreitar o relacionamento entre o Professor e seus discípulos, criando entre eles os laços de mútua confiança.
A observação ao vivo das plantas era um dos pontos altos do processo didático de Eurípedes. Os alunos estudavam com entusiasmo os elementos constitutivos do vegetal e do seu respectivo funcionamento orgânico. Relatam discípulos de Eurípedes que recebiam dele, com grande frequência, inesquecíveis lições de moral, na extensão das aulas de Botânica “– Vejam”, assinala Eurípedes, “a rosa é bela e aromática, todavia vive entre espinhos. Do mesmo modo” – conclui o mestre, em tom de advertência – “são algumas rosas humanas, que se cobrem de cetins e rendas e expandem graça e beleza, mas, ai de quem deseja colhê-las... sai sempre ferido.” “Para as crianças tinha sempre um sorriso, um gesto bom de carinho ou uma palavra de alegria contagiante. Para os jovens era o conselheiro comedido de todas as horas – às vezes alegre, outras tantas vezes grave e sério – mas sempre com aquele toque de jovialidade, que marca o fiel da balança do equilíbrio, na orientação da juventude. Ele representa o próprio modelo da elevada Pedagogia, que criou.” “Os alunos compreendiam o valor da Educação Física à força de ouvir, diuturnamente, as excelências dessa prática, quando Eurípedes frisava também pontos de higiene, indispensável à saúde do corpo.” “Eurípedes era sumamente analítico e exigia, nos seus contatos com os alunos, sempre o porquê de tudo. Nunca, porém, deixava uma dúvida no cérebro dos educandos. Toda situação-problema era esmiuçada, examinada nos mínimos detalhes.”
As quartas-feiras eram consagradas inteiramente ao estudo de O Evangelho Segundo o Espiritismo e O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec. Assistiam às aulas os alunos do Colégio e numerosos visitantes. No final da aula, era o instante da prece de encerramento, quando, às vezes, a voz de Eurípedes mudava de timbre. Celina vem trazer palavras de estímulo da própria Mãe de Jesus. De outras vezes comparecem Jeanne d’Arc, Paulo de Tarso, Pedro, Felipe e outros discípulos do Cristo. A Pedagogia de Eurípedes Barsanulfo também no currículo o estudo da Astronomia, conforme o pedido de Maria, baseando-se no livro Astronomia Popular, de Camille Flammarion. Eurípedes adotava outros procedimentos, distanciava-se das ideias coercitivas que vigoravam na educação e procurou substituir práticas pedagógicas tradicionais por um ensino cooperativo, adotando métodos que incentivavam a ação, a liberdade, a investigação; a ordem e a disciplina não eram condições essenciais no cotidiano do colégio. As relações entre Eurípedes, os professores e os alunos não eram tão rígidas e hierarquizadas. Eurípedes queria construir uma escola com mais liberdade, autonomia, diálogo e afeto. A experiência do Colégio Allan Kardec tinha a intenção de negar a escola livresca, autoritária e distante da realidade. Ao contrário, pretendia criar uma nova forma de lidar com os alunos considerando seus interesses, necessidades, vivências, promovendo a educação intelectual, física e moral. Não havia horários rígidos para as atividades do colégio, o tempo de duração de aula variava de acordo com o conteúdo estudado e as atividades realizadas. Os ex-alunos contam que se sentiam em casa dentro do colégio; ajudavam em diversas tarefas, colaboravam mutuamente, viviam como numa grande família. Uma das principais lembranças dos ex-alunos era que no colégio meninos e meninas conviviam juntos, no recreio, no pátio, na sala de aula. Não havia como em muitos colégios republicanos separação de meninos e meninas no espaço do colégio.
A ação pedagógica de Eurípedes Barsanulfo trabalha nas pessoas um âmbito de estimulação e elas saem com a decisão de agir. Quem se aproxima dele sai modificado, pois deixa marcas por onde passa. “Tive muitos mestres em minha vida, mas nunca como aquele professor.” (Thomás Novelino) “É procurando a causa primeira dos instintos e dos pendores inatos que se descobrirão os meios mais eficazes de combater os maus e de desenvolver os bons. Quando essa causa for conhecida, a educação possuirá a mais possante alavanca moralizadora que jamais teve.” (Revista Espírita – junho de 1866 – Allan Kardec.) “Eurípedes Barsanulfo entendeu tão profundamente a consequência inevitável do falso conceito de aprendizagem, vigente na época, que criou, junto às atividades intelectuais, o cultivo de outras aprendizagens, sobretudo apreciativa ou emocional, formadora de atitudes afetivas e da motriz ou ativa, referente às atitudes e hábitos de ação.”
A partir do projeto, todas as aulas e conteúdos são construídos pelos professores. A aprendizagem do aluno é toda focada na observação, na percepção, na experimentação junto à natureza. Somente após a utilização do recurso da natureza, os alunos são levados para a sala de aula e dão continuidade ao que puderam perceber relacionando suas observações com o conteúdo a ser estudado.
Leia mais em: http://www.webartigos.com/artigos/escola-euripedes-barsanulfo-onde-o-amor-e-a-natureza-sao-a-aprendizagem/77286/#ixzz3dKmUIlAS
Em 31 de janeiro de 1902 fundava-se o Liceu Sacramentano, sob o calor do entusiasmo e das esperanças do povo. Eurípedes Barsanulfo, após ter abandonado o sonho de fazer Medicina, coloca em prática um outro ideal, que foi fundar com outros professores o Liceu Sacramentano, supõe-se, numa espécie de cooperativa. A iniciativa de abrir o colégio foi de Eurípedes Barsanulfo. Eurípedes fora o abalizado construtor da iniciativa. Teve ele o cuidado de cercar-se de competente equipe de coadjutores, convidando o que havia de mais capacitado, na época, na cidade, para compor o quadro de sócios da nova entidade educacional. “O Liceu Sacramentano crescia no conceito geral e não tardou para que a fama do trabalho honesto e consciencioso, que ali se desenvolvia, a favor da Educação, transpusesse as fronteiras de inúmeras cidades do Brasil Central, que enviaram seus filhos para estudar em Sacramento.”
“O jovem professor do Liceu Sacramentano, mesmo antes de conhecer as luzes do Espiritismo, já se agasalhava na fonte sublime do sentimento guiando-se por elevada compreensão inata dos problemas do Espírito, que o haveria de inspirar na jornada norteadora, sempre leal ao ministério de Amor, que Jesus lhe confiou.” Na primeira década do século, já caracterizava seus processos de aprendizagem, estimulando, guiando, dirigindo, orientando o ensino, tal como preceituam os atuais pedagogos. Mestre abnegado era profundamente estimado pelos discípulos e pelos familiares dos mesmos.
Desde o início, Eurípedes compreendia que o problema educacional ia além do mero aprender a ler, contar e escrever. O aluno passou a ser respeitado nos valores naturais de que era portador em potencial, pois o mestre conhecia-lhe as faculdades racionais, as percepções, ideias, hábitos e reações condicionadas. Isto vinha estreitar o relacionamento entre o Professor e seus discípulos, criando entre eles os laços de mútua confiança.
A observação ao vivo das plantas era um dos pontos altos do processo didático de Eurípedes. Os alunos estudavam com entusiasmo os elementos constitutivos do vegetal e do seu respectivo funcionamento orgânico. Relatam discípulos de Eurípedes que recebiam dele, com grande frequência, inesquecíveis lições de moral, na extensão das aulas de Botânica “– Vejam”, assinala Eurípedes, “a rosa é bela e aromática, todavia vive entre espinhos. Do mesmo modo” – conclui o mestre, em tom de advertência – “são algumas rosas humanas, que se cobrem de cetins e rendas e expandem graça e beleza, mas, ai de quem deseja colhê-las... sai sempre ferido.” “Para as crianças tinha sempre um sorriso, um gesto bom de carinho ou uma palavra de alegria contagiante. Para os jovens era o conselheiro comedido de todas as horas – às vezes alegre, outras tantas vezes grave e sério – mas sempre com aquele toque de jovialidade, que marca o fiel da balança do equilíbrio, na orientação da juventude. Ele representa o próprio modelo da elevada Pedagogia, que criou.” “Os alunos compreendiam o valor da Educação Física à força de ouvir, diuturnamente, as excelências dessa prática, quando Eurípedes frisava também pontos de higiene, indispensável à saúde do corpo.” “Eurípedes era sumamente analítico e exigia, nos seus contatos com os alunos, sempre o porquê de tudo. Nunca, porém, deixava uma dúvida no cérebro dos educandos. Toda situação-problema era esmiuçada, examinada nos mínimos detalhes.”
As quartas-feiras eram consagradas inteiramente ao estudo de O Evangelho Segundo o Espiritismo e O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec. Assistiam às aulas os alunos do Colégio e numerosos visitantes. No final da aula, era o instante da prece de encerramento, quando, às vezes, a voz de Eurípedes mudava de timbre. Celina vem trazer palavras de estímulo da própria Mãe de Jesus. De outras vezes comparecem Jeanne d’Arc, Paulo de Tarso, Pedro, Felipe e outros discípulos do Cristo. A Pedagogia de Eurípedes Barsanulfo também no currículo o estudo da Astronomia, conforme o pedido de Maria, baseando-se no livro Astronomia Popular, de Camille Flammarion. Eurípedes adotava outros procedimentos, distanciava-se das ideias coercitivas que vigoravam na educação e procurou substituir práticas pedagógicas tradicionais por um ensino cooperativo, adotando métodos que incentivavam a ação, a liberdade, a investigação; a ordem e a disciplina não eram condições essenciais no cotidiano do colégio. As relações entre Eurípedes, os professores e os alunos não eram tão rígidas e hierarquizadas. Eurípedes queria construir uma escola com mais liberdade, autonomia, diálogo e afeto. A experiência do Colégio Allan Kardec tinha a intenção de negar a escola livresca, autoritária e distante da realidade. Ao contrário, pretendia criar uma nova forma de lidar com os alunos considerando seus interesses, necessidades, vivências, promovendo a educação intelectual, física e moral. Não havia horários rígidos para as atividades do colégio, o tempo de duração de aula variava de acordo com o conteúdo estudado e as atividades realizadas. Os ex-alunos contam que se sentiam em casa dentro do colégio; ajudavam em diversas tarefas, colaboravam mutuamente, viviam como numa grande família. Uma das principais lembranças dos ex-alunos era que no colégio meninos e meninas conviviam juntos, no recreio, no pátio, na sala de aula. Não havia como em muitos colégios republicanos separação de meninos e meninas no espaço do colégio.
A ação pedagógica de Eurípedes Barsanulfo trabalha nas pessoas um âmbito de estimulação e elas saem com a decisão de agir. Quem se aproxima dele sai modificado, pois deixa marcas por onde passa. “Tive muitos mestres em minha vida, mas nunca como aquele professor.” (Thomás Novelino) “É procurando a causa primeira dos instintos e dos pendores inatos que se descobrirão os meios mais eficazes de combater os maus e de desenvolver os bons. Quando essa causa for conhecida, a educação possuirá a mais possante alavanca moralizadora que jamais teve.” (Revista Espírita – junho de 1866 – Allan Kardec.) “Eurípedes Barsanulfo entendeu tão profundamente a consequência inevitável do falso conceito de aprendizagem, vigente na época, que criou, junto às atividades intelectuais, o cultivo de outras aprendizagens, sobretudo apreciativa ou emocional, formadora de atitudes afetivas e da motriz ou ativa, referente às atitudes e hábitos de ação.”
A partir do projeto, todas as aulas e conteúdos são construídos pelos professores. A aprendizagem do aluno é toda focada na observação, na percepção, na experimentação junto à natureza. Somente após a utilização do recurso da natureza, os alunos são levados para a sala de aula e dão continuidade ao que puderam perceber relacionando suas observações com o conteúdo a ser estudado.
Leia mais em: http://www.webartigos.com/artigos/escola-euripedes-barsanulfo-onde-o-amor-e-a-natureza-sao-a-aprendizagem/77286/#ixzz3dKmUIlAS
LINHA DO TEMPO DO CHOCOLATE
Entre
1.500 a.C. e 200 d.C.
Por meio de análises de DNA, cientistas apontam
o norte da América do Sul como o berço do cacau. Viajantes das rotas comerciais
carregam as sementes para a América Central. O povo
Olmeca, que constituiu uma das primeiras civilizações mesoamericanas e que
vivia nas regiões tropicais do centro-sul do atual México, foi o responsável
pelo início do cultivo da planta que mais tarde deu origem ao chocolate.
250-900 d.C.
No México, os maias utilizam cacau como oferenda aos deuses. A semente começa a ser processada. Depois de fermentada, secada, tostada e moída, é obtida uma pasta, que é misturada a água, pimenta e farinha de milho. Surge a primeira forma do chocolate.
1400
Astecas dominam a civilização maia. O cacau serve de alimento para o deus Tenochitlán. A bebida só circula entre nobres. Adoçada com mel e especiarias, ganha o nome de cacauhatl (água de cacau) ou xocoatl (água amarga) Bem mais tarde, cerca do século IV, a civilização Olmeca já não existia e na mesma região estava instalada a civilização Maia. O clima húmido servia na perfeição para a plantação e desenvolvimento da planta “cacahuaquchtl” (assim batizada pelos Maias).
1513
O cacau já funcionava como moeda entre maias e astecas e, com o domínio dos espanhóis, a partir de 1502, o uso continua. O espanhol Fernando de Oviedo y Valdez comprou um escravo por cem sementes de cacau. Dez sementes pagavam uma prostituta e quatro davam direito a um coelho no jantar.
1521
O primeiro navio espanhol carregado de sementes de cacau chega à Europa. Os espanhóis adicionam açúcar à bebida dos astecas.
1600-1799
O chocolate quente vira sensação na Europa. A rainha Anna, da Áustria, vira “chocólatra”. À base do trabalho braçal de escravos africanos, a Espanha e Portugal se tornam principais fornecedores.
1828
O holandês Conrad Van Houten inventa uma máquina que extrai a manteiga do cacau. A parte restante é transformada em pó. A produção da bebida é industrializada. Surge o chocolate sólido, feito de manteiga, pó e massa de cacau.
1847
A primeira barra comercializada em escala foi produzida pela companhia inglesa J. S. Fry & Sons, localizada em Bristol. Tinha sabor amargo e bruto. Anos depois, a empresa começa a vender a Fry’s Chocolate Cream Bar. Em 1873, inventa o ovo de Páscoa.
1891
Surge a primeira fábrica de chocolates do Brasil, a Neugebauer, fundada por imigrantes alemães no Rio Grande do Sul.
1913
Publicada pela Walter Baker & Company a primeira receita de “tabletes de baunilha”, um doce feito com manteiga de cacau, açúcar, leite e baunilha, depois batizada de “chocolate branco” (que de chocolate só tem o nome: a fórmula não leva cacau, apenas a gordura tirada da semente).
1938 - Diamante Negro é uma marca pertencente à Lacta, que foi posteriormente transferida para a Kraft Foods Inc. com a compra da Lacta. Sua origem, em 1939, faz alusão a Leônidas da Silva, apelidado de "Diamante ... Barras de chocolate
Nasce o Diamante Negro. É batizado em homenagem ao artilheiro da Copa da França, o brasileiro Leônidas da Silva. Lançado o bombom Sonho de Valsa e, quatro anos depois, o Bis.
1937
O poder energético e antidepressivo do chocolate é reconhecido pelo exército americano e começa a fazer parte da “ração D”, levada para a guerra pelos soldados.
1941
Nos EUA, Forrest Mars lança o M&M’s, pastilhas de chocolate recobertas com uma camada de açúcar colorido. Ele tinha visto soldados espanhóis comerem algo parecido durante a Guerra Civil Espanhola. A Mars é a maior compradora de cacau do mundo.
1964
O escritor britânico Roald Dahl cria o menino Charlie e os pequenos Oompa-Loompas com o livro A Fantástica Fábrica de Chocolate. A obra é levada às telas em 1971 por Mel Stuart, estrelada por Gene Wilder. Tim Burton apresentou a sua versão, com Johnny Depp como o doceiro Willie Wonka, em 2005.
250-900 d.C.
No México, os maias utilizam cacau como oferenda aos deuses. A semente começa a ser processada. Depois de fermentada, secada, tostada e moída, é obtida uma pasta, que é misturada a água, pimenta e farinha de milho. Surge a primeira forma do chocolate.
1400
Astecas dominam a civilização maia. O cacau serve de alimento para o deus Tenochitlán. A bebida só circula entre nobres. Adoçada com mel e especiarias, ganha o nome de cacauhatl (água de cacau) ou xocoatl (água amarga) Bem mais tarde, cerca do século IV, a civilização Olmeca já não existia e na mesma região estava instalada a civilização Maia. O clima húmido servia na perfeição para a plantação e desenvolvimento da planta “cacahuaquchtl” (assim batizada pelos Maias).
1513
O cacau já funcionava como moeda entre maias e astecas e, com o domínio dos espanhóis, a partir de 1502, o uso continua. O espanhol Fernando de Oviedo y Valdez comprou um escravo por cem sementes de cacau. Dez sementes pagavam uma prostituta e quatro davam direito a um coelho no jantar.
1521
O primeiro navio espanhol carregado de sementes de cacau chega à Europa. Os espanhóis adicionam açúcar à bebida dos astecas.
1600-1799
O chocolate quente vira sensação na Europa. A rainha Anna, da Áustria, vira “chocólatra”. À base do trabalho braçal de escravos africanos, a Espanha e Portugal se tornam principais fornecedores.
1828
O holandês Conrad Van Houten inventa uma máquina que extrai a manteiga do cacau. A parte restante é transformada em pó. A produção da bebida é industrializada. Surge o chocolate sólido, feito de manteiga, pó e massa de cacau.
1847
A primeira barra comercializada em escala foi produzida pela companhia inglesa J. S. Fry & Sons, localizada em Bristol. Tinha sabor amargo e bruto. Anos depois, a empresa começa a vender a Fry’s Chocolate Cream Bar. Em 1873, inventa o ovo de Páscoa.
1891
Surge a primeira fábrica de chocolates do Brasil, a Neugebauer, fundada por imigrantes alemães no Rio Grande do Sul.
1913
Publicada pela Walter Baker & Company a primeira receita de “tabletes de baunilha”, um doce feito com manteiga de cacau, açúcar, leite e baunilha, depois batizada de “chocolate branco” (que de chocolate só tem o nome: a fórmula não leva cacau, apenas a gordura tirada da semente).
1938 - Diamante Negro é uma marca pertencente à Lacta, que foi posteriormente transferida para a Kraft Foods Inc. com a compra da Lacta. Sua origem, em 1939, faz alusão a Leônidas da Silva, apelidado de "Diamante ... Barras de chocolate
Nasce o Diamante Negro. É batizado em homenagem ao artilheiro da Copa da França, o brasileiro Leônidas da Silva. Lançado o bombom Sonho de Valsa e, quatro anos depois, o Bis.
1937
O poder energético e antidepressivo do chocolate é reconhecido pelo exército americano e começa a fazer parte da “ração D”, levada para a guerra pelos soldados.
1941
Nos EUA, Forrest Mars lança o M&M’s, pastilhas de chocolate recobertas com uma camada de açúcar colorido. Ele tinha visto soldados espanhóis comerem algo parecido durante a Guerra Civil Espanhola. A Mars é a maior compradora de cacau do mundo.
1964
O escritor britânico Roald Dahl cria o menino Charlie e os pequenos Oompa-Loompas com o livro A Fantástica Fábrica de Chocolate. A obra é levada às telas em 1971 por Mel Stuart, estrelada por Gene Wilder. Tim Burton apresentou a sua versão, com Johnny Depp como o doceiro Willie Wonka, em 2005.
1970
Começa a fabricação brasileira de chocolate diet, para pessoas com diabetes. O sabor era muito ruim e só melhora a partir da década seguinte, com a combinação de novas substâncias para adoçar o cacau.
1985
Chantal Fravre-Bismuth, toxicóloga do Hospital Fernand Vidal, em Paris, investigou as causas da chamada "chocolatemania". Ela estudou como os compostos químicos do produto que afetam o corpo humano. Segundo ela, a dopamina, a fenietilamina e 17 receptores de anfetaminas são responsáveis pelo desejo de comer chocolate.
1997
O artista brasileiro Vik Muniz, radicado em Nova York, lança quadros desenhados com chocolate derretido.
2005
Pesquisadores da Universidade Di L' Aquila, na Itália, comprovam que o consumo de chocolate meio-amargo, com alto teor de flavonoides, tem o poder de reduzir a pressão sanguínea em pessoas com hipertensão.
2009
Surge Le Whif, um tipo de chocolate inalável, que vem em uma embalagem parecida com uma carteira de cigarros. Vem em quatro sabores, livres de calorias
Atualmente, a indústria do chocolate movimenta uma economia global de
cerca de 60 bilhões de dólares por ano. Mas os produtores de cacau apenas
recebem pouco mais de 3% desse valor.
História do Cacau
O cacau foi citado pela primeira vez
em literatura botânica no início do
século XVII como
Cacao fructus por Charles de L’ecluse. Em 1737 foi introduzido o binômio Theobroma
cacao L. A palavra Theobroma significa alimento dos deuses e é inspirada na
crença mesoamericana da origem divina do cacaueiro. O termo cacau deriva da
palavra cacahualt (idioma nahuatl) falada pela civilização maia.
Os povos maia e asteca cozinhavam o
cacau e o trituravam com milho e pimenta aromatizando o preparo com baunilha e
canela. À bebida davam o nome de xocatl. Além de servir como base para a
bebida, que deveria ser ingerida ritualisticamente, as amêndoas de cacau
circulavam como moeda.
Evidências apresentadas atualmente
demonstram que índios Kuna, da costa do Panamá, eram protegidos contra a
elevação da pressão arterial por meio da ingestão de grandes quantidades de
cacau, consumidos até com sal. A mortalidade por eventos cardiovasculares
comparado com indivíduos pan-americanos é de nove contra 83 para cada 100.000
indivíduos. Os emigrantes para áreas urbanas perderam essa proteção.
No século XVI, com uma centena de amêndoas de
cacau era possível comprar um bom escravo (Bondar, 1938). Ainda sobre o uso do
cacau como moeda, Peter Martyr da Algeria escrevia em 1530: "Abençoado dinheiro, que
fornece uma doce bebida e é benéfico para a humanidade, protegendo os seus
possuidores contra a infernal peste da cobiça, pois não pode ser acumulado
muito tempo nem escondido nos subterrâneos".
O contato inicial dos europeus com o
cacau foi em 1502,
quando um dos navios da quarta expedição de Colombo às Américas encontrou na
costa norte da atual Honduras uma canoa nativa contendo amêndoas de cacau para
comércio. Na América do Sul, a Venezuela foi um dos primeiros países a
introduzir o cultivo do cacaueiro.
A referência mais antiga sobre o
cultivo de cacau na Bahia data de 1655,
quando o vice-rei D. Vasco de Mascarenhas confessou-se, em carta enviada ao
capitão-mor do Grão Pará, “afeiçoado ao chocolate” e julgou útil ao Brasil a
intensificação do seu plantio, principalmente na Bahia, pelo clima semelhante
ao amazônico. Não se sabe, entretanto, se o pedido foi atendido.
Em 1746, Antonio Dias Ribeiro, da Bahia, recebeu algumas sementes do grupo Amelonado Forastero, de um colonizador francês chamado Luiz Frederico Warneau, do Pará. Assim, introduziu o cultivo na Bahia. O primeiro plantio foi feito na fazenda Cubículo, às margens do rio Pardo, no atual Município de Canavieiras. Em 1752 foram feitos plantios no Município de Ilhéus.
A partir da década de 1770 a coroa portuguesa passou a incentivar
o plantio de novas lavouras de exportação para diminuir a dependência do
comércio do açúcar. Teve início o plantio de lavouras alternativas como café,
cacau e algodão.
O começo do cultivo comercial no
município ilheense foi em 1820.
Os pioneiros foram principalmente suíços e alemães com capital. A partir de
1835, o cacau tomou parte regular nas exportações anuais da província. Seu
valor era pequeno em relação ao total das exportações provinciais, mas o cacau
foi um dos raros produtos agrícolas a crescer de importância na receita da
Bahia no século XIX.
Em 1860,
ocorrem as primeiras exportações do produto para o mercado norte-americano
(sessenta e sete toneladas de cacau baiano para o porto de Filadélfia).
Nas primeiras décadas do século XX, o cacau era o
mais importante produto de exportação da Bahia e vários fazendeiros de origem
humilde, proprietários de vastas plantações de cacau e de importantes casas
comerciais, tornaram-se os novos ricos da sociedade baiana.
Nos anos 1930, os fazendeiros de cacau são
apresentados como um grupo de homens que haviam trabalhado para a construção da
riqueza regional, apesar das enormes dificuldades econômicas e sociais.
Em 1931,
o governo federal declarou uma moratória nas execuções das dívidas dos
agricultores de cacau e, através de Tosta Filho, criou o Instituto de Cacau da
Bahia (I.C.B.).
Jorge Amado chama a atenção para o
cenário do cacau com obras como Cacau (1933), seu segundo romance, seguido por
Terras do sem fim (1943), narrativa sobre a saga da conquista da terra e a
origem social dos coronéis, e São Jorge dos Ilhéus (1944), continuação do
enredo anterior e que, como Gabriela Cravo e Canela (1958) aborda as mudanças no
contexto social e econômico da região cacaueira.
A modernização da cidade de Ilhéus
foi iniciada de fato a partir do século XX.
Em prática, um urbanismo que visava consolidar a ideia de que a “Princesa do Sul” representava o ethos da região cacaueira por excelência.
Em prática, um urbanismo que visava consolidar a ideia de que a “Princesa do Sul” representava o ethos da região cacaueira por excelência.
As técnicas de plantio e
beneficiamento em uma área geográfica com características próprias resultaram
na produção do cacau classificado tradicionalmente como Superior Bahia ou Tipo
I.
De acordo com Seligsohn, no início da segunda metade do século XIX foi introduzido no sul da Bahia as
espécies Pará e Maranhão pertencentes ao grupo Forastero. Essa variedade deu
grande impulso à cacauicultura por sua menor exigência quanto às condições
ecológicas, o que possibilitou o plantio do fruto em áreas consideradas de
menor condição para o seu desenvolvimento.
O plantio tradicional do cacau no sul
da Bahia seguiu o sistema de “mata cabrucada”. O sistema cabruca é
caracterizado pelo plantio do cacau sob a sombra das árvores da Mata Atlântica
e é utilizado na região cacaueira do sul da Bahia por mais de duzentos anos.
Ele é responsável pela conservação da biodiversidade, dos solos e das águas e
da produção florestal e de sementes, óleos, resinas, flores e outros produtos
não madeireiros.
Em 1990 a produção sul baiana sofreu
com a “vassoura de bruxa” que, aliada aos preços declinantes do produto no
mercado internacional, gerou uma forte crise no setor. Após a crise econômica,
o cacau tipo 1 Bahia deixou de ser negociado em bolsas de valores.
Atualmente, a criação da Indicação
Geográfica do Cacau Sul da Bahia busca proteger e revalorizar o cacau Superior
Bahia, conservar a biodiversidade da Mata Atlântica associada ao plantio de
cacau e proteger o acervo patrimonial relacionado ao cultivo do cacau somado ao
desenvolvimento sustentável da agricultura e do turismo mediante processos de
certificação e marketing territorial.
Espécies novas de aves descritas para o Brasil
Espécies novas de aves descritas para o Brasil
(Não constantes em Sick 1997. Ornitologia Brasileira)
Recently described
Brazilian species
(Described after the 2nd. edition of 'Ornitologia Brasileira' by H. Sick, 1997, was published)
(Described after the 2nd. edition of 'Ornitologia Brasileira' by H. Sick, 1997, was published)
DATA
|
ESPÉCIE
|
NOME
EM PORTUGUÊS
|
AUTOR(ES)
|
PUBLICAÇÃO
|
2013
Jul
|
Cyanocorax
hafferi
|
cancão-da-campina
|
Cohn-Haft,
Santos Junior, Fernandes & Ribas
|
HBW,
Special Vol.:306
|
2013
Jul
|
Polioptila
attenboroughi
|
balança-rabo-do-inambari
|
Whittaker, Aleixo, Whitney, Smith & Klicka
|
HBW,
Special Vol.:301
|
2013
Jul
|
Tolmomyias
sucunduri
|
bico-chato-do-sucunduri
|
Whitney,
Schunck, Rego & Silveira
|
HBW,
Special Vol.:297
|
2013
Jul
|
Hemitriccus
cohnhafti
|
maria-sebinha-do-acre
|
Zimmer, Whittaker, Sardelli, Guilherme &
Aleixo
|
HBW,
Special Vol.:292
|
2013
Jul
|
Zimmerius
chicomendesi
|
poiaeiro-de-chico-mendes
|
Whitney,
Schunck, Rego & Silveira
|
HBW,
Special Vol.:286
|
2013
Jul
|
Hypocnemis
rondoni
|
cantador-de-rondon
|
Whitney, Isler, Bravo, Aristizábal, Schunck,
Silveira, Piacentini, Cohn-Haft & Rego
|
HBW,
Special Vol.:282
|
2013
Jul
|
Herpsilochmus
stotzi
|
chorozinho-do-aripuanã
|
Whitney, Cohn-Haft, Bravo, Schunck & Silveira
|
HBW,
Special Vol.:277
|
2013
Jul
|
Herpsilochmus
praedictus
|
chorozinho-esperado
|
Conh-Haft
& Bravo
|
HBW,
Special Vol.:272
|
2013
Jul
|
Myrmotherula
oreni
|
choquinha-do-bambu
|
Miranda,
Aleixo, Whitney, Silveira, Guilherme, Santos & Schneider
|
HBW,
Special Vol.:268
|
2013
Jul
|
Epinecrophylla
dentei
|
choquinha-do-rio-roosevelt
|
Whitney,
Isler, Bravo, Aristizábal, Schunck, Silveira & Piacentini
|
HBW,
Special Vol.:263
|
2013
Jul
|
Campylorhamphus
cardosoi
|
arapaçu-do-tapajós
|
Portes, Aleixo, Zimmer, Whittaker, Weckstein,
Gonzaga, Ribas, Bates & Lees
|
HBW,
Special Vol.:258
|
2013
Jul
|
Campylorhamphus
gyldenstolpei
|
arapaçu-do-tupana
|
Aleixo, Portes, Whittaker, Weckstein, Gonzaga,
Zimmer, Ribas & Bates
|
HBW,
Special Vol.:253
|
2013
Jul
|
Lepidocolaptes
fatimalimae
|
arapaçu-do-inambari
|
Rodrigues,
Aleixo, Whittaker & Naka
|
HBW,
Special Vol.:248
|
2013
Jul
|
Dendrocolaptes
retentus
|
arapaçu-barrado-do-xingu
|
Batista,
Aleixo, Vallinoto, Azevedo, Rego, Silveira, Sampaio & Schneider
|
HBW,
Special Vol.:245
|
2013
Jul
|
Nystalus
obamai
|
rapazinho-estriado-do-oeste
|
Whitney,
Piacentini, Schunck, Aleixo, Sousa, Silveira & Rego
|
HBW,
Special Vol.:240
|
2012
Out
|
Cinclodes
espinhacensis
|
pedreiro-do-espinhaço
|
Freitas,
Chaves, Costa, Santos & Rodrigues
|
Ibis
154(4):742
|
2012
Jun
|
Hylopezus
whittakeri
|
toróm-de-alta-floresta
|
Carneiro,
Gonzaga, Rêgo, Sampaio, Schneider & Aleixo
|
Auk
129(2):348
|
2011
Nov
|
Turdus
sanchezorum
|
sabiá-da-várzea
|
O’Neill,
Lane & Naka
|
Condor
113(4):870
|
2010
Jun
|
Scytalopus
petrophilus
|
tapaculo-serrano
|
Whitney,
Vasconcelos, Silveira & Pacheco
|
RBO
18(2):73
|
2008
Mai ["2007"]
|
Serpophaga
griseicapilla
|
alegrinho-trinador
|
Straneck
|
Revista
FAVE, Vet. 6(1-2):36
|
2007
out
|
Scytalopus
diamantinensis
|
tapaculo-da-chapada-diamantina
|
Bornschein,
Maurício, Belmonte-Lopes, Mata & Bonato
|
RBO
15(2):153
|
2007
Set
|
Cnipodectes
superrufus
|
flautim-rufo
|
Lane,
Servat, Valqui & Lambert
|
Auk
124(3):763
|
2007
Mai
|
Formicivora
grantsaui
|
papa-formigas-do-sincorá
|
Gonzaga,
Carvalhaes & Buzzetti
|
Zootaxa
1473:28
|
2006
Jul
|
*Scytalopus
notorius
|
[tapaculo-preto]
|
Raposo,
Stopiglia, Loskot & Kirwan
|
Zootaxa
1271:44
|
2005
Dez
|
*Glaucidium
sicki
|
[caburé-miudinho]
|
König
& Wick
|
Stuttgarter
Beitr. Naturk. 688:3
|
2005
Ago
|
Scytalopus
pachecoi
|
tapaculo-ferreirinho
|
Maurício
|
Ararajuba
13(1):9
|
2005
Jan
|
*Aratinga
pintoi
|
[cacaué]
|
Silveira,
Lima & Höfling
|
Auk
122(1):292
|
2004
Out
|
Thamnophilus
divisorius
|
choca-do-acre
|
Whitney,
Oren & Brumfield
|
Auk
121(4):1031
|
2003
Mai
|
Glaucidium
mooreorum
|
caburé-de-pernambuco
|
Silva,
Coelho & Gonzaga
|
Ararajuba
10(2):124
|
2002
Dez
|
Micrastur
mintoni
|
falcão-críptico
|
Whittaker
|
Wilson
Bull. 114(4):422
|
2002
Nov
|
Pyrrhura
snethlageae
|
tiriba-do-madeira
|
Joseph
& Bates
|
Orn.
Neotrop. 13(4):354
|
2002
Set
|
Xiphocolaptes
carajaensis
|
arapaçu-do-carajás
|
Silva,
Novaes & Oren
|
Bull.
Brit. Orn. Cl. 122(3):188
|
2002
Jul
|
Pionopsitta
aurantiocephala
|
papagaio-de-cabeça-laranja
|
Gaban-Lima,
Raposo & Höfling
|
Auk
119(3):815
|
2001
Jan
|
Suiriri
islerorum
|
suiriri-da-chapada
|
Zimmer,
Whittaker & Oren
|
Auk
118(1):56
|
2000
Out
|
Herpsilochmus
sellowi
|
chororozinho-da-caatinga
|
Whitney
& Pacheco
|
Auk
117(4):870
|
1998
Dez
|
Antilophia
bokermanni
|
soldadinho-do-araripe
|
Coelho
& W. Silva
|
Ararajuba
6(2):81
|
1998
Jun
|
Scytalopus
iraiensis
|
macuquinho-da-várzea
|
Bornschein,
Reinert & Pichorim
|
Ararajuba
6(1):3
|
1997
Jun
|
Arremon
franciscanus
|
tico-tico-do-mato-do-são-francisco
|
Raposo
|
Ararajuba
5(1):3
|
Organizado por José Fernando Pacheco & Vitor de
Q. Piacentini
* Espécies não reconhecidas como válidas
pelo CBRO, isto é, tratadas como sinônimos.
** Em processo de avaliação pelo Núcleo de Taxonomia do CBRO, não constando ainda na última versão da "Lista das aves do Brasil".
** Em processo de avaliação pelo Núcleo de Taxonomia do CBRO, não constando ainda na última versão da "Lista das aves do Brasil".
Fonte: http://www.cbro.org.br/CBRO/ultim.htm
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